Paquistão: Mortos pelo calor já passam de mil e necrotérios estão sem espaço
Calor coincidiu com o Ramadã, período sagrado do Islã. Apesar da liberação para beber água, lojas não vendem o produto e muitos muçulmanos jejuam do nascer ao pôr-do-sol
O Comitê Central do Ruet-e-Hilal de Karachi, o órgão religioso que determina as datas do Ramadã, emitiu ontem uma fatwa - um pronunciamento legal no Islã emitido por um especialista em lei religiosa - que permite a quebra do jejum devido às altas temperaturas. No entanto, algumas lojas seguiam se recusando a vender água durante o dia. Durante o Ramadã no Paquistão é ilegal beber ou comer em público do amanhecer ao pôr-do-sol.
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Segundo Kazmi , o governo faz pouco caso da situação. "O governo não fez nada exceto culpar a K-electric pela situação". A K-electric é a companhia de energia que abastece a cidade de Karachi. O ativista social, no entanto, elogiou o esforço dos profissionais de saúde. "Os médicos e funcionários dos hospitais públicos estão trabalhando sem parar, tratando uma infinidade de pacientes", disse. De acordo com o jornal local Dawn, 40.000 pessoas foram tratadas nos hospitais de Karachi por causa do calor e centenas delas continuam hospitalizadas. A maioria das mortes é de pessoas com mais de 60 anos e de trabalhadores que desempenham suas tarefas ao ar livre.
A K-eletric informou que conexões ilegais estão sobrecarregando as linhas e a demanda aumentou devido ao forte calor. Ainda de acordo com a empresa, o governo deve mais de 1 bilhão de dólares (mais de 3,2 bilhões de reais) em contas atrasadas. Após a máxima de 45 graus no fim de semana, os termômetros baixaram nesta quinta para 36 graus, mas o clima permanece seco, disse um meteorologista do Departamento Meteorológico do Paquistão, Mohammed Farouk. As ondas de calor são frequentes no subcontinente indiano nos meses de maio e junho, que precedem a chegada das chuvas das monções.
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