Dilma vai vetar flexibilização do fator previdenciário
Prazo máximo para sanção da MP que prevê mudança no fator se esgota nesta quarta
Previdência: com ou sem o fator, a conta não fecha
O Ministério da Previdência calcula que a mudança gere, durante os próximos 45 anos, um gasto extra de 3,2 trilhões de reais, ou o equivalente a mais da metade do Produto Interno Bruto brasileiro.
Nova fórmula - Em um jantar no Palácio do Alvorada na noite desta terça, líderes da base do governo fizeram um último apelo para que a presidente desista do veto. A petista, porém, sinalizou que vai enviar ao Congresso uma nova fórmula prevendo a instituição do mecanismo 85/95 progressivo, que mudará a cada dois anos até atingir a proporção de 90/100. A presidente também avalia estabelecer uma idade mínima "flexível" de aposentadoria que começaria com 55 anos para as mulheres e 60 anos para os homens. As duas decisões encontram resistência na equipe econômica, que teme o impacto fiscal da nova proposta.
Ao sair do jantar, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE) disse que a presidente estava aberta à negociação. O peemedebista afirmou ainda que se colocou à disposição de Dilma para ajudar a aprovar uma nova proposta no Congresso. "Se houver a necessidade do veto, será um veto negociado para que, simultaneamente, seja aprovado uma medida provisória ou um projeto com regime de urgência. Nós preferimos que não aconteça o veto e que a gente faça o compromisso de fazer essa chamada escadinha em relação à expectativa de vida", disse.
Oliveira disse também que alertou a presidente sobre desgaste que ela vai sofrer se decidir vetar a flexibilização do fator tanto diante da opinião pública quanto da sua base aliada. "Eu defendi que o veto é antipático para o Congresso e para as ruas", afirmou.
Apesar dos apelos, o governo alega que, se não fizer isso agora, depois não conseguirá mais endurecer as regras, pois enfrentará resistência no Congresso.
Enquanto o jantar acontecia, sindicalistas protestavam em frente ao Palácio do Planalto. Os presidentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Força Sindical estiveram ontem com ministros na tentativa de convencer o governo a aprovar a matéria sem vetos. Sem obter a resposta que desejavam, fazem vigília em frente ao Palácio do Planalto, que deve durar toda a madrugada.
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