Advogados da Odebrecht pedem a liberdade de dois executivos
Pedido de habeas corpus do presidente da construtora, Marcelo Odebrecht, deve ser apresentado nesta segunda-feira; empresários foram presos na 14ª fase da Lava Jato
Executivos da Andrade Gutierrez entram com pedido de habeas corpus
Operação Lava Jato não seria a mesma sem delações, diz procurador
Os pedidos de liberdade serão analisados pelo desembargador João Pedro Gebran Neto, que, a exemplo do juiz federal Sergio Moro, não tem concedido decisões favoráveis aos acusados.
No despacho que autoriza a prisão preventiva de oito executivos e a prisão temporária de outros quatro, Moro destaca que na 14ª fase da Lava Jato foi encontrado um "acúmulo progressivo de provas" de que as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez pagavam propina em contratos com a Petrobras e fraudavam concorrências com a petroleira ao se unirem, em cartel, com o Clube do Bilhão. Em depoimentos de delação premiada, os dois principais delatores do escândalo do petrolão, Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, foram enfáticos ao citar dirigentes das duas empreiteiras como participantes do cartel e como responsáveis pelo pagamento de propinas, mas os indícios mais fortes do envolvimento das duas empresas, que sempre negaram participação no propinoduto, foram conseguidos a partir do rastreamento de contas secretas no exterior.
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O cerco aos dirigentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez também ganhou força com os depoimentos de delação premiada de executivos da concorrente Camargo Corrêa e com a apresentação pelos delatores de uma troca de mensagens de e-mail entre as empresas que integravam o cartel - entre os destinatários das mensagens estava Marcelo Odebrecht. Nas oitivas de Dalton Avancini e Eduardo Leite, da cúpula da Camargo Correa, Márcio Faria, da Odebrecht, e Elton Negrão, da Andrade Gutierrez, são citados como os contatos das construtoras dentro do Clube do Bilhão. E mais: a Camargo, que estava consorciada com a Odebrecht no contrato pela obra de terraplanagem da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, confirmou que as empresas, juntas, pagaram propina para vencerem a concorrência fraudulenta.
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