Pular para o conteúdo principal

STF retoma julgamento de recursos que podem diminuir penas de Dirceu, Delúbio e Genoino

Votos dos ministros Luís Roberto Barroso e Teori Zavascki, que não participaram da fase inicial do julgamento, serão decisivos nesta quarta-feira

 
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) retomará na tarde desta quarta-feira a análise dos recursos que podem livrar oito mensaleiros da condenação pelo crime de formação de quadrilha. Por meio dos chamados embargos infringentes, que permitem a rediscussão de provas quando o réu tem pelo menos quatro votos favoráveis, a Corte vai avaliar se mantém ou não as penalidades impostas aos petistas José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, aos ex-dirigentes do Banco Rural Kátia Rabello e José Roberto Salgado e ao núcleo que operou o esquema criminoso, formado por Marcos Valério, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach. Se os recursos forem aceitos, os condenados terão suas penas reduzidas – Dirceu e Delúbio poderão migrar do regime fechado para o semiaberto.
No julgamento, a manutenção ou não das condenações está nas mãos dos ministros Luís Roberto Barroso e Teori Zavascki. Eles não participaram da votação do mérito do mensalão (não faziam parte da Corte), mas vão votar nesta fase final do processo. No julgamento do senador Ivo Cassol (PP-RO), por exemplo, Barroso absolveu o parlamentar do crime de quadrilha por considerar que, naquele caso, não houve associação para a prática indeterminada de crimes.
Leia também: Janot diz que quadrilha do mensalão está demonstrada
'Para mim tanto faz', diz Barbosa sobre recursos de mensaleiros

A estabilidade ou não da associação de pessoas para se cometer crimes é o principal ponto a ser discutido pelo plenário nos debates sobre a existência ou não de uma quadrilha no mensalão. Ao longo do julgamento de mérito da ação penal, em 2012, os ministros Ricardo Lewandowski, Rosa Weber, Cármen Lúcia e José Antonio Dias Toffoli consideraram que, para existir uma quadrilha, era necessário que os criminosos atuassem para a prática de crimes “por um tempo indeterminado” e que representassem ameaça à paz pública.
Em sentido oposto, os ministros Joaquim Barbosa e Luiz Fux avaliam que os condenados só não praticaram ilícitos por tempo indeterminado porque foram descobertos. Na época da condenação de Dirceu e de seus companheiros de partido, Barbosa resumiu assim a atuação dos quadrilheiros: “Por um período considerável de tempo, quase dois anos e meio, durou essa prática nefasta de compra de parlamentares, um crime sobre o qual não há de se cogitar que seja cometido sem que haja entendimento entre pessoas, porque dinheiro não nasce em árvores. Comprar parlamentares para constituir a base de governo não abala a paz social? É só o indivíduo que mora no morro e sai atirando loucamente pela cidade? Será que a tomada das nossas instituições políticas de maneira pecuniária não abala a paz social?”.
Os advogados dos réus Marcos Valério, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach argumentarão no plenário antes de os ministros votarem sobre os embargos infringentes dos condenados por formação de quadrilha. Quando for concluída a análise dos recursos, o plenário julgará a última fase do mensalão: os apelos de três condenados no crime de lavagem de dinheiro, entre os quais o ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha (PT-SP).

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p