Presidente interino da Ucrânia faz alerta sobre risco de separatismo
Oleksander Turchynov reconhece haver ‘ameaça muito séria’ de regiões tradicionalmente ligadas à Rússia, como a Crimeia, onde manifestantes prometem ‘resistir aos fascistas de Kiev’, declararem independência
DONETSK, UCRÂNIA - O presidente interino Oleksander Turchynov reconheceu na terça-feira, 25, que o separatismo é uma "ameaça muito séria" na Ucrânia e disse que se reuniria com os órgãos de segurança para discutir o tema.
Crescem as tensões no leste e no sul do país, com protestos principalmente da minoria russa, que representa 17% da população, contra a queda, no sábado, do presidente Viktor Yanukovich e a perspectiva de a Ucrânia abandonar um plano de união aduaneira com a Rússia e encaminhar uma associação à União Europeia (UE).
Em Sebastopol, principal cidade da Crimeia - região de maioria russa -, manifestantes prometeram resistir aos "bandidos, fascistas que tomaram o poder em Kiev", aos gritos de "Rússia, salve-nos". Um deputado russo, Leonid Slutsky, prometeu proteger a comunidade e um navio e dois caminhões com soldados de Moscou saudaram os manifestantes - em Sebastopol, fica uma das principais bases da Marinha russa. "Se as vidas e a integridade de nossos compatriotas estiverem em perigo, não ficaremos parados", disse o deputado russo em Simferopol, capital da Crimeia, no sul do país.
Num sinal das dificuldades políticas que o governo de transição tem pela frente, até as eleições antecipadas de 25 de maio, os líderes partidários não conseguiram cumprir o prazo inicial para formar um governo, inicialmente previsto para terça-feira, e o estenderam até a quinta-feira, 27.
De acordo com Turchynov, que acumula o cargo de presidente do Parlamento e dirige o Partido Pátria, da ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, eram necessárias "mais consultas" para a formação de "uma coalizão de fé nacional".
O Parlamento aprovou uma resolução que prevê o julgamento de Yanukovich, acusado de massacre na repressão aos manifestantes, no Tribunal Penal Internacional, em Haia. O presidente deposto no sábado já havia sido declarado procurado na segunda-feira pelo Ministério do Interior. Foram listados também como réus o ex-ministro do Interior Vitali Zakharchenko e o ex-procurador-geral Viktor Pshonka.
Yanukovich, que deixou Kiev na sexta-feira, em meio a violentos protestos que já duravam três meses, foi visto pela última vez no domingo em Balaklava, na região da Crimeia.
Especulou-se que ele tentaria fugir pelo Mar Negro, com apoio da Marinha russa, que mantém uma base na península. A pressão da Rússia para que Yanukovich suspendesse o ingresso da Ucrânia na UE desencadeou os protestos.
De acordo com informações não confirmadas, seu ex-assessor Andrei Kliuyev, que tinha o cargo de administrador presidencial, teria sido ferido a tiros na terça-feira, quando viajava de carro da Crimeia de volta para Kiev, depois de apresentar sua renúncia a Yanukovich. De acordo com um porta-voz citado pela mídia local, o ex-assessor corre risco de vida. / COM AP
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Manifestantes continuam acamapados na Praça da Independência, no centro de Kiev
Em Sebastopol, principal cidade da Crimeia - região de maioria russa -, manifestantes prometeram resistir aos "bandidos, fascistas que tomaram o poder em Kiev", aos gritos de "Rússia, salve-nos". Um deputado russo, Leonid Slutsky, prometeu proteger a comunidade e um navio e dois caminhões com soldados de Moscou saudaram os manifestantes - em Sebastopol, fica uma das principais bases da Marinha russa. "Se as vidas e a integridade de nossos compatriotas estiverem em perigo, não ficaremos parados", disse o deputado russo em Simferopol, capital da Crimeia, no sul do país.
Num sinal das dificuldades políticas que o governo de transição tem pela frente, até as eleições antecipadas de 25 de maio, os líderes partidários não conseguiram cumprir o prazo inicial para formar um governo, inicialmente previsto para terça-feira, e o estenderam até a quinta-feira, 27.
De acordo com Turchynov, que acumula o cargo de presidente do Parlamento e dirige o Partido Pátria, da ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, eram necessárias "mais consultas" para a formação de "uma coalizão de fé nacional".
O Parlamento aprovou uma resolução que prevê o julgamento de Yanukovich, acusado de massacre na repressão aos manifestantes, no Tribunal Penal Internacional, em Haia. O presidente deposto no sábado já havia sido declarado procurado na segunda-feira pelo Ministério do Interior. Foram listados também como réus o ex-ministro do Interior Vitali Zakharchenko e o ex-procurador-geral Viktor Pshonka.
Yanukovich, que deixou Kiev na sexta-feira, em meio a violentos protestos que já duravam três meses, foi visto pela última vez no domingo em Balaklava, na região da Crimeia.
Especulou-se que ele tentaria fugir pelo Mar Negro, com apoio da Marinha russa, que mantém uma base na península. A pressão da Rússia para que Yanukovich suspendesse o ingresso da Ucrânia na UE desencadeou os protestos.
De acordo com informações não confirmadas, seu ex-assessor Andrei Kliuyev, que tinha o cargo de administrador presidencial, teria sido ferido a tiros na terça-feira, quando viajava de carro da Crimeia de volta para Kiev, depois de apresentar sua renúncia a Yanukovich. De acordo com um porta-voz citado pela mídia local, o ex-assessor corre risco de vida. / COM AP
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