Irã diz que não vai se desfazer de instalações nucleares
Negociações em busca de um acordo definitivo tiveram início em Viena
A chefe de política externa da União Europeia, Catherine Ashton, e o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif (Dragan Tatic/Austrian Foreign Ministry/Handout/Reuters)
"Desmantelar o programa nuclear não está na agenda", disse a jornalistas o vice-ministro de Relações Exteriores Abbas Araghchi. “O programa nuclear iraniano não tem nada a ver com questões militares, e questões militares não têm nada a ver com o programa nuclear”, disse o chefe da equipe de negociação do Irã, o ministro de Relações Exteriores Javad Zarif, segundo o jornal britânico The Guardian.
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O acordo diplomático de seis meses foi celebrado como um pacto "histórico", mas pode naufragar, caso os iranianos repitam o roteiro de acordos anteriores, em que enganaram a comunidade internacional com suas promessas e acabaram obstruindo o trabalho dos inspetores nucleares. Para de fato resolverem a questão do programa nuclear do Irã, os Estados Unidos e seus aliados terão de exigir, em um acordo final, a redução do número de centrífugas e o acesso dos técnicos da Agência Internacional de Energia Atômica também às instalações militares do país. Israel, que teme ser o alvo da primeira bomba nuclear iraniana, seguirá à frente, defendendo um desmantelamento total do programa de enriquecimento de urânio dos persas.
O encontro entre os representantes do Irã e dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia, China) e da Alemanha foi mediado pela chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton. O porta-voz de Ashton, Michael Mann lembrou do "trabalho intensivo e difícil que há pela frente".
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O debate desta terça foi seguido de uma série de encontros bilaterais, incluindo uma reunião entre os negociadores iranianos e a equipe diplomática dos Estados Unidos, liderada por Wendy Sherman, a subsecretária de Estado para assuntos políticos. Um funcionário da administração americana admitiu que chegar a um consenso com o Irã será um processo “complicado, difícil e arrastado”. “É provável que nós não cheguemos a um acerto da forma como desejamos. Mas essas negociações são a melhor chance que nós temos”, disse a fonte, não identificada pelo jornal britânico.
Israel – Israel – O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, voltou a criticar as negociações e a pedir que os países aumentem a pressão contra o Irã para assegurar que o regime dos aiatolás não tenha nem centrífugas nem o direito ao enriquecimento de urânio. “Se o Irã se se mostra como um Estado que tem todos os elementos para fazer uma arma nuclear, eles só precisam fazer uma pequena mudança de rumo para obter o enriquecimento final do material que integra a bomba nuclear”, alertou, em um encontro com lideranças judaicas americanas em Jerusalém.
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