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Irã diz que não vai se desfazer de instalações nucleares

Negociações em busca de um acordo definitivo tiveram início em Viena

A chefe de política externa da União Europeia, Catherine Ashton, e o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif
A chefe de política externa da União Europeia, Catherine Ashton, e o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif (Dragan Tatic/Austrian Foreign Ministry/Handout/Reuters)
Depois do acordo preliminar sobre o programa nuclear iraniano anunciado no final do ano passado, nesta terça-feira começaram as negociações em busca de um – difícil – acordo definitivo sobre a questão. O Irã já avisou que não vai se desfazer de nenhuma de suas instalações nucleares, rejeitando uma das principais demandas das potências ocidentais. Também deixou claro que vai discutir apenas assuntos nucleares, deixando seu programa militar fora das negociações. Estados Unidos e Israel defendiam que a indústria de mísseis de Teerã estivesse na pauta das negociações em Viena, na Áustria.
"Desmantelar o programa nuclear não está na agenda", disse a jornalistas o vice-ministro de Relações Exteriores Abbas Araghchi. “O programa nuclear iraniano não tem nada a ver com questões militares, e questões militares não têm nada a ver com o programa nuclear”, disse o chefe da equipe de negociação do Irã, o ministro de Relações Exteriores Javad Zarif, segundo o jornal britânico The Guardian.
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O acordo diplomático de seis meses foi celebrado como um pacto "histórico", mas pode naufragar, caso os iranianos repitam o roteiro de acordos anteriores, em que enganaram a comunidade internacional com suas promessas e acabaram obstruindo o trabalho dos inspetores nucleares. Para de fato resolverem a questão do programa nuclear do Irã, os Estados Unidos e seus aliados terão de exigir, em um acordo final, a redução do número de centrífugas e o acesso dos técnicos da Agência Internacional de Energia Atômica também às instalações militares do país. Israel, que teme ser o alvo da primeira bomba nuclear iraniana, seguirá à frente, defendendo um desmantelamento total do programa de enriquecimento de urânio dos persas.
O encontro entre os representantes do Irã e dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia, China) e da Alemanha foi mediado pela chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton. O porta-voz de Ashton, Michael Mann lembrou do "trabalho intensivo e difícil que há pela frente".
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O debate desta terça foi seguido de uma série de encontros bilaterais, incluindo uma reunião entre os negociadores iranianos e a equipe diplomática dos Estados Unidos, liderada por Wendy Sherman, a subsecretária de Estado para assuntos políticos. Um funcionário da administração americana admitiu que chegar a um consenso com o Irã será um processo “complicado, difícil e arrastado”. “É provável que nós não cheguemos a um acerto da forma como desejamos. Mas essas negociações são a melhor chance que nós temos”, disse a fonte, não identificada pelo jornal britânico.
Israel – Israel – O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, voltou a criticar as negociações e a pedir que os países aumentem a pressão contra o Irã para assegurar que o regime dos aiatolás não tenha nem centrífugas nem o direito ao enriquecimento de urânio. “Se o Irã se se mostra como um Estado que tem todos os elementos para fazer uma arma nuclear, eles só precisam fazer uma pequena mudança de rumo para obter o enriquecimento final do material que integra a bomba nuclear”, alertou, em um encontro com lideranças judaicas americanas em Jerusalém.

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