Presidente interino diz à Rússia que prioridade da Ucrânia é a Europa
Moscou mostra descontentamento com deposição de Yanukovich, que se diz vítima de um golpe após ter aceitado acordo para cessão de poderes
Um dia depois da fuga e destituição do presidente Viktor Yanukovich, o Parlamento ucraniano deu neste domingo, 23, os primeiros passos para formar um governo de transição até as eleições de 25 de maio. Oleksander Turchynov, escolhido sábado para presidir o Congresso, foi nomeado presidente interino do país. Ele disse que sua prioridade é integrar o país à Europa, contrariando a linha do antecessor, que enfrentou protestos por se aproximar da Rússia.
Turchynov afirmou que os novos líderes da Ucrânia esperam que as relações com a Rússia tenham "um patamar novo, igual e de boa vizinhança, que reconheça e leve em consideração a escolha europeia da Ucrânia".
O assunto foi também da chefe do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Susan Rice. Em entrevista à rede de TV NBC, ela disse que seria "um grave erro" uma intervenção militar russa na Ucrânia, e a divisão do país não interessa à Rússia. Embora tenha mostrado descontentamento com a deposição, Moscou não levantou a hipótese de um movimento militar. A Ucrânia é historicamente dividida entre a influência russa, no leste e sul do país (onde se situa a base naval russa da Crimeia), e a maior proximidade com a Europa, na região oeste, que já foi parte do Império Áustro-Húngaro e da Polônia, hoje membro da União Europeia.
Testemunha do modus operandi russo nos países em sua zona de influência, o ex-presidente georgiano Mikheil Saakashvili discursou ontem no palanque da Praça da Independência, em apoio ao movimento. Em 2008, durante seu governo, tropas russas invadiram a Geórgia para apoiar milicianos separatistas da Ossétia do Sul.
Turchynov, o presidente interino é dirigente do Partido Pátria, da líder oposicionista Yulia Tymoshenko, presa desde 2011 e solta na noite de sábado. Ele defendeu a eleição de um primeiro-ministro até amanhã. Em um sinal da reviravolta ocorrida nos últimos dias, Yulia, que foi primeira-ministra no governo anterior, pediu para não voltar ao cargo. Não ficou claro se a líder oposicionista, de 53 anos, que sofre de problemas nas costas e subiu ao palanque da Praça da Independência sábado em uma cadeira de rodas, recusou a chefia do governo por sua saúde debilitada ou por ter planos de se dedicar à campanha presidencial – na qual é vista como favorita.
Yulia liderou a chamada Revolução Laranja, movimento popular entre novembro de 2004 e janeiro de 2005, parecido com o que ocorre agora, que levou a uma recontagem dos votos da eleição presidencial, e à vitória de Viktor Yushchenko, no lugar de Yanukovich. Ela foi porém derrotada por Yanukovich em 2010. O Parlamento destituiu Yanukovich por unanimidade no sábado, considerando-o "incapaz" de governar, depois que ele abandonou Kiev. O ex-presidente havia firmado na sexta-feira um acordo com os três principais partidos de oposição, que previa a devolução ao Parlamento das prerrogativas de nomear o primeiro-ministro, o gabinete e os governadores regionais, e a antecipação das eleições do ano que vem para este ano.
O acordo, mediado pela Alemanha, França e Polônia, não demoveu os milhares de manifestantes que ocupam o centro de Kiev e exigiam a saída imediata de Yanukovich. O Exército se recusou a reprimir os protestos e o presidente se deu por vencido, afirmando ter sido vítima de "golpe de Estado" liderado por "gângsteres que aterrorizam o país". Aparentemente, ele estava em uma cidade perto da fronteira com a Rússia, cujo presidente, Vladimir Putin, o apoia. Até o início da semana, o Partido das Regiões, de Yanukovich, gozava de folgada maioria no Parlamento. O massacre de mais de 20 manifestantes por franco-atiradores, na manhã de quinta-feira, no entanto, levou a dissidências em massa.
Em um indicador do prestígio internacional de Yulia, ela conversou neste domingo pelo telefone com a chanceler alemã, Angela Merkel, com o checo Stefan Fule, comissário da União Europeia para Políticas de Ampliação e Vizinhança, e com três senadores americanos, incluindo John McCain, que disputou a eleição com o presidente Barack Obama em 2008.
Merkel conversou também com Putin. De acordo com o porta-voz da chanceler alemã, ambos concordaram que "a integridade territorial" da Ucrânia deve ser protegida.
O assunto foi também da chefe do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Susan Rice. Em entrevista à rede de TV NBC, ela disse que seria "um grave erro" uma intervenção militar russa na Ucrânia, e a divisão do país não interessa à Rússia. Embora tenha mostrado descontentamento com a deposição, Moscou não levantou a hipótese de um movimento militar. A Ucrânia é historicamente dividida entre a influência russa, no leste e sul do país (onde se situa a base naval russa da Crimeia), e a maior proximidade com a Europa, na região oeste, que já foi parte do Império Áustro-Húngaro e da Polônia, hoje membro da União Europeia.
Testemunha do modus operandi russo nos países em sua zona de influência, o ex-presidente georgiano Mikheil Saakashvili discursou ontem no palanque da Praça da Independência, em apoio ao movimento. Em 2008, durante seu governo, tropas russas invadiram a Geórgia para apoiar milicianos separatistas da Ossétia do Sul.
Turchynov, o presidente interino é dirigente do Partido Pátria, da líder oposicionista Yulia Tymoshenko, presa desde 2011 e solta na noite de sábado. Ele defendeu a eleição de um primeiro-ministro até amanhã. Em um sinal da reviravolta ocorrida nos últimos dias, Yulia, que foi primeira-ministra no governo anterior, pediu para não voltar ao cargo. Não ficou claro se a líder oposicionista, de 53 anos, que sofre de problemas nas costas e subiu ao palanque da Praça da Independência sábado em uma cadeira de rodas, recusou a chefia do governo por sua saúde debilitada ou por ter planos de se dedicar à campanha presidencial – na qual é vista como favorita.
Yulia liderou a chamada Revolução Laranja, movimento popular entre novembro de 2004 e janeiro de 2005, parecido com o que ocorre agora, que levou a uma recontagem dos votos da eleição presidencial, e à vitória de Viktor Yushchenko, no lugar de Yanukovich. Ela foi porém derrotada por Yanukovich em 2010. O Parlamento destituiu Yanukovich por unanimidade no sábado, considerando-o "incapaz" de governar, depois que ele abandonou Kiev. O ex-presidente havia firmado na sexta-feira um acordo com os três principais partidos de oposição, que previa a devolução ao Parlamento das prerrogativas de nomear o primeiro-ministro, o gabinete e os governadores regionais, e a antecipação das eleições do ano que vem para este ano.
O acordo, mediado pela Alemanha, França e Polônia, não demoveu os milhares de manifestantes que ocupam o centro de Kiev e exigiam a saída imediata de Yanukovich. O Exército se recusou a reprimir os protestos e o presidente se deu por vencido, afirmando ter sido vítima de "golpe de Estado" liderado por "gângsteres que aterrorizam o país". Aparentemente, ele estava em uma cidade perto da fronteira com a Rússia, cujo presidente, Vladimir Putin, o apoia. Até o início da semana, o Partido das Regiões, de Yanukovich, gozava de folgada maioria no Parlamento. O massacre de mais de 20 manifestantes por franco-atiradores, na manhã de quinta-feira, no entanto, levou a dissidências em massa.
Em um indicador do prestígio internacional de Yulia, ela conversou neste domingo pelo telefone com a chanceler alemã, Angela Merkel, com o checo Stefan Fule, comissário da União Europeia para Políticas de Ampliação e Vizinhança, e com três senadores americanos, incluindo John McCain, que disputou a eleição com o presidente Barack Obama em 2008.
Merkel conversou também com Putin. De acordo com o porta-voz da chanceler alemã, ambos concordaram que "a integridade territorial" da Ucrânia deve ser protegida.
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