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Grupo rebelde Exército Sírio Livre anuncia mudança de comando

Substituição de Salim Idris é tentativa de recuperar influência entre as facções que tentam derrubar o regime de Bashar Assad

Novos recrutas participam de treinamento para ingressar no Exército Sírio Livre (ESL)
Novos recrutas participam de treinamento para ingressar no Exército Sírio Livre (ESL) (Reuters)
Um dos principais braços armados entre os rebeldes que tentam derrubar o regime de Bashar Assad, o Exército Sírio Livre (ESL) informou nesta segunda-feira a substituição do seu comandante, o general Salim Idris, pelo coronel Abd al-Ilah al-Bashir. A mudança é uma tentativa de reverter a perda de influência do grupo para outras facções, incluindo algumas ligadas à Al Qaeda. Em comunicado reproduzido pela rede britânica BBC, o grupo afirma que a mudança foi motivada pela “ineficiência do comando nos últimos meses”.
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Al-Bashir era chefe do conselho militar rebelde na província de Quneitra, ao sul da Síria. Ele desertou do Exército em 2012. A Coalizão Nacional, aliança opositora que conta com o reconhecimento de potências ocidentais, disse que a indicação de Al-Bashir para o posto é um “alívio”. A coalizão também se mostrou esperançosa com relação ao fortalecimento do ESL na guerra civil.
Idris, que serviu no Corpo de Engenheiros do Exército, passou a chefiar o Conselho Militar Supremo do ESL em dezembro de 2012, com o objetivo de unificar a força rebelde síria – o que ainda hoje está longe de acontecer. Em dezembro do ano passado, surgiu a informação de que ele havia fugido para o Catar  – o que o general desmentiu.
Em novembro, o ESL sofreu um golpe quando vários grupos rebeldes declararam que estavam formando uma Frente Islâmica. A nova aliança anunciou pouco depois que estava abrindo mão do comando do conselho militar. Desde então, grupos como a Frente Nusra e o Estado Islâmico do Iraque e do Levante ganharam força.

Fracasso – A mudança no comando do ESL ocorre após uma segunda rodada de negociações entre representantes do regime de Assad e da Coalizão Nacional fracassar na cidade de Genebra, na Suíça. O secretário de estado americano, John Kerry, disse nesta segunda-feira que Assad foi o responsável por nenhum avanço significativo ter sido alcançado. Ele pediu para que a Rússia, a principal aliada do ditador, interrompa o fornecimento de armamentos para o Exército sírio.
“O regime criou uma parede no meio nas negociações. Eles não fizeram nada a não ser bombardear a população e destruir o próprio país. E eu odeio dizer isso, mas eles o fizeram com o apoio do Irã, do Hezbollah e da Rússia”, afirmou Kerry.

Os principais grupos de oposição na Síria

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Coalizão Nacional Síria das Forças de Oposição e da Revolução (CNFROS)

Dirigentes da Coalizão Nacional das Forças de Oposição da Revolução Síria em março de 2013 Criação: Novembro de 2012
Chefes: Ahmed Jarba
Princípios: defender a soberania e independência nacional com um regime civil e democrático; preservar a unidade do povo sírio e do país; não estabelecer nenhum diálogo ou negociação com o regime de Assad
Em resposta à pressão estrangeira por uma nova aliança que substituísse o Conselho Nacional Sírio, visto como ineficiente e consumido por disputas internas, as facções de oposição se reuniram no Catar para assinar o acordo de criação da Coalizão Nacional Síria das Forças de Oposição e da Revolução (CNFROS). Basicamente, o objetivo da CNFROS é o mesmo que o CNS – derrubar por via legal o ditador Bashar Assad e estabelecer um “estado civil democrático e pluralístico”. No entanto, ela tem a pretensão de ser um conselho de liderança mais inclusivo, que assuma o papel de representante legítima do país para receber ajuda financeira e militar de países estrangeiros.
De fato mais abrangente, a coalizão conta com membros de outros 14 grupos opositores, incluindo o próprio Conselho Nacional Sírio. Mas não aceita militantes islâmicos como os da Frente Al-Nusra, classificada como grupo terrorista pelos Estados Unidos.
Assim que foi criada, a CNFROS conseguiu o reconhecimento dos países do Conselho de Cooperação do Golfo, das 21 nações da Liga Árabe, de alguns países europeus e dos Estados Unidos. Mas a aliança enfrenta problemas semelhantes aos do CNS, e não conseguiu formar um governo provisório dentro da Síria para administrar as áreas dominadas pelos rebeldes.

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