G-20 define como meta acelerar expansão global
Com a meta de crescer 2% mais entre 2014 e 2018, a economia do grupo deve gerar riqueza adicional de cerca de US$ 2 trilhões
As 20 maiores economias do mundo assumiram o compromisso de adotar planos para acelerar o ritmo da economia global nos próximos cinco anos. A intenção é fazer o Produto Interno Bruto (PIB) do G-20 crescer a um ritmo 2% maior que o esperado. Já a reclamação dos emergentes sobre a política monetária dos EUA gerou um compromisso genérico dos países, que prometem olhar com atenção para os efeitos das políticas internas, sem que haja uma ação coordenada ou medidas adicionais.
Após dois dias de reunião, ministros de economia e presidentes de banco central concordaram com o inédito compromisso de acelerar o crescimento global. O texto do G-20 diz que os governos prometeram adotar "políticas ambiciosas, mas realistas, para aumentar significativamente o crescimento". A iniciativa tenta potencializar a saída da crise e foi antecipada na sexta-feira pelo 'Broadcast', serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
Com a meta de crescer 2% mais entre 2014 e 2018, a economia do G-20 deve gerar riqueza adicional de cerca de US$ 2 trilhões. "Esse aumento em termos reais vai liderar a criação de empregos", diz o comunicado do grupo. "Essa meta pode ser atingida e está em linha com a análise do FMI apresentada ao G-20 nesta semana", disse a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, em nota.
Para atingir a meta, cada país deverá detalhar planos nacionais pró-crescimento até a reunião dos presidentes do G-20 que acontecerá em novembro também na Austrália.
O secretário de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda, Carlos Márcio Cozendey, fez um balanço positivo do encontro. "Temos a percepção de uma virada ainda muito cautelosa", disse após a reunião. "Isso nos permite avançar para uma discussão mais focada em crescimento e investimento."
Alguns participantes, porém, relataram anonimamente que a meta é "vaga" e esbarra em problemas. Há polêmica sobre como será feita a aferição do cumprimento desse objetivo. Além disso, alguns países desenvolvidos ainda lutam contra antigos problemas como a deflação. Entre os emergentes, as preocupações imediatas são diferentes, como a inflação e contas externas. Muitos países também terão eleições gerais nos próximos meses, o que torna ainda mais difícil o comprometimento com planos de longo prazo.
EUA. Emergentes, inclusive, deixaram a Austrália com um gosto um pouco mais amargo porque a redação do comunicado foi bastante genérica sobre a reclamação contra a maneira como os EUA estão retirando estímulos monetários (tapering). O texto fala apenas em manutenção do cuidado e não fornece nenhum sinal de movimento coordenado, como pediam alguns emergentes.
"Todos os nossos bancos centrais mantêm seu comprometimento de que as definições de política monetária continuarão a ser cuidadosamente calibradas e claramente comunicadas no contexto do intercâmbio permanente de informações e de estar atento aos impactos sobre a economia global", diz o texto do G-20. A redação teria desagradado especialmente a países como África do Sul e Índia.
Ao contrário da polêmica, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, nega que tenha ocorrido dicotomia entre as posições dos países emergentes e desenvolvidos. "Houve muito diálogo. Há reconhecimento de que os emergentes representam mais de 40% da economia global. Logo, devem ser levados em consideração."
Um dia antes do G-20, vale lembrar, o secretário de Tesouro dos Estados Unidos, Jacob Lew, disse em Sydney que emergentes deveriam "colocar a casa em ordem" para evitar a fuga de investidores. Essa posição compartilhada por Lew e pela presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Janet Yellen, teria amenizado as críticas dos emergentes durante a reunião.
Tombini também nega que tenha havido pressão contra Yellen. "Não há pressão nenhuma. A própria presidente do Fed falou que obviamente eles estão olhando a situação internacional para definir suas políticas", disse.
Com a meta de crescer 2% mais entre 2014 e 2018, a economia do G-20 deve gerar riqueza adicional de cerca de US$ 2 trilhões. "Esse aumento em termos reais vai liderar a criação de empregos", diz o comunicado do grupo. "Essa meta pode ser atingida e está em linha com a análise do FMI apresentada ao G-20 nesta semana", disse a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, em nota.
Para atingir a meta, cada país deverá detalhar planos nacionais pró-crescimento até a reunião dos presidentes do G-20 que acontecerá em novembro também na Austrália.
O secretário de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda, Carlos Márcio Cozendey, fez um balanço positivo do encontro. "Temos a percepção de uma virada ainda muito cautelosa", disse após a reunião. "Isso nos permite avançar para uma discussão mais focada em crescimento e investimento."
Alguns participantes, porém, relataram anonimamente que a meta é "vaga" e esbarra em problemas. Há polêmica sobre como será feita a aferição do cumprimento desse objetivo. Além disso, alguns países desenvolvidos ainda lutam contra antigos problemas como a deflação. Entre os emergentes, as preocupações imediatas são diferentes, como a inflação e contas externas. Muitos países também terão eleições gerais nos próximos meses, o que torna ainda mais difícil o comprometimento com planos de longo prazo.
EUA. Emergentes, inclusive, deixaram a Austrália com um gosto um pouco mais amargo porque a redação do comunicado foi bastante genérica sobre a reclamação contra a maneira como os EUA estão retirando estímulos monetários (tapering). O texto fala apenas em manutenção do cuidado e não fornece nenhum sinal de movimento coordenado, como pediam alguns emergentes.
"Todos os nossos bancos centrais mantêm seu comprometimento de que as definições de política monetária continuarão a ser cuidadosamente calibradas e claramente comunicadas no contexto do intercâmbio permanente de informações e de estar atento aos impactos sobre a economia global", diz o texto do G-20. A redação teria desagradado especialmente a países como África do Sul e Índia.
Ao contrário da polêmica, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, nega que tenha ocorrido dicotomia entre as posições dos países emergentes e desenvolvidos. "Houve muito diálogo. Há reconhecimento de que os emergentes representam mais de 40% da economia global. Logo, devem ser levados em consideração."
Um dia antes do G-20, vale lembrar, o secretário de Tesouro dos Estados Unidos, Jacob Lew, disse em Sydney que emergentes deveriam "colocar a casa em ordem" para evitar a fuga de investidores. Essa posição compartilhada por Lew e pela presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Janet Yellen, teria amenizado as críticas dos emergentes durante a reunião.
Tombini também nega que tenha havido pressão contra Yellen. "Não há pressão nenhuma. A própria presidente do Fed falou que obviamente eles estão olhando a situação internacional para definir suas políticas", disse.
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