Investidor estrangeiro começa a voltar ao Brasil, atraído por juros mais altos
Depois de registrar saídas de dólares em janeiro, o Brasil voltou a apresentar saldo positivo em fevereiro, puxado pela entrada de US$ 1,72 bilhão pela chamada conta financeira
BRASÍLIA - Os investidores estrangeiros estão voltando ao Brasil, de olho nos ganhos com a alta da taxa de juros. Em janeiro, eles haviam retirado dólares do País, em meio à turbulência nos mercados emergentes com as decisões do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e diante da perspectiva da redução da nota de crédito brasileira pelas agências de classificação de risco. Os dados de fevereiro mostram uma mudança no humor dos investidores.
A entrada de dólares superou a saída em US$ 318 milhões no acumulado de fevereiro até sexta-feira da semana passada, informou o Banco Central (BC). O resultado parcial do mês fez com que o fluxo acumulado em 2014 ficasse positivo em quase US$ 2 bilhões, resultado bem distinto do mesmo período do ano passado, quando US$ 4 bilhões deixaram o País.
O ingresso de dólar está se dando pela chamada conta financeira, pela qual são registrados os investimentos estrangeiros diretos (em produção), as aplicações em carteira e as remessas de lucros e dividendos. Até sexta-feira, entrou por esse canal US$ 1,72 bilhão. Em janeiro, a conta financeira contribuiu só com US$ 19 milhões para o saldo de US$ 1,6 bilhão.
Apesar do quadro de desconfiança dos investidores internacionais em relação à economia brasileira, principalmente pela piora das contas públicas e pela dependência cada vez maior de recursos externos, especialistas afirmam que o mercado já assimilou boa parte do impacto de uma possível revisão para baixo da nota do País por agências de classificação de risco.
Retorno.
O ingresso de dólar está se dando pela chamada conta financeira, pela qual são registrados os investimentos estrangeiros diretos (em produção), as aplicações em carteira e as remessas de lucros e dividendos. Até sexta-feira, entrou por esse canal US$ 1,72 bilhão. Em janeiro, a conta financeira contribuiu só com US$ 19 milhões para o saldo de US$ 1,6 bilhão.
Apesar do quadro de desconfiança dos investidores internacionais em relação à economia brasileira, principalmente pela piora das contas públicas e pela dependência cada vez maior de recursos externos, especialistas afirmam que o mercado já assimilou boa parte do impacto de uma possível revisão para baixo da nota do País por agências de classificação de risco.
Retorno.
Um dos sinais da melhora das expectativas de investidores em relação ao Brasil é percebido pela queda de 11,5% no mês até agora dos Credit Default Swaps (CDS), papel que serve como "seguro" contra eventual calote do País. Em janeiro, com a deterioração da situação cambial argentina, o CDS de referência que vence em cinco anos tinha subido quase 11%, como mostrou o Estado.
Uma das explicações para o aumento do interesse pelo País é o fato de que, como lembrou anteontem o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, o processo de alta da taxa de juros começou bem antes do de outras economias emergentes. André Perfeito calcula que o real oferece 0,87% ao mês de juros, três vezes acima da taxa do México, nas operações de investimento em que o investidor toma um empréstimo em um país que tem juros baixos e investe os recursos em outro que possui juros altos (carry trade).
Além da alta de 3,25 pontos porcentuais nos juros básicos do País nos últimos 12 meses, o economista Antonio Madeira, da LCA Consultores, afirma que a diferença entre o resultado das primeiras semanas de 2013 e as de 2014 também se deve ao cenário econômico internacional distinto e aos impostos cobrados sobre investimentos no País naquele momento.
Apesar de haver agora "alta probabilidade" de rebaixamento da nota brasileira, segundo ele, o risco já está em boa parte "precificado". "Por isso, o fluxo cambial está mais estável."
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