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Chefe do partido de Tymoshenko é indicado para premiê

Lideranças dos protestos que levaram à destituição do presidente Yanukovich anunciaram principais nomes do governo interino – que ainda terão de ser confirmados pelo Parlamento

O novo primeiro-ministro interino da Ucrânia, Arseny Yatsenyuk (à dir.), cumprimenta o vice-secretário de estado americano, William Joseph Burns
O novo primeiro-ministro interino da Ucrânia, Arseny Yatsenyuk (à dir.), cumprimenta o vice-secretário de estado americano, William Joseph Burns (Reuters)
Arseniy Yatsenyuk, chefe do partido da ex-premiê Yulia Tymoshenko, foi indicado nesta quarta-feira para comandar o novo governo interino da Ucrânia. O conselho chamado ‘EuroMaidan’, que reúne as lideranças políticas dos protestos que levaram à destituição do presidente Viktor Yanukovich, apresentou o nome do opositor em uma declaração em Kiev, na Praça Maidan (“independência”, em ucraniano), diante de milhares de pessoas. A designação ainda terá de ser confirmada pelo Parlamento, em votação prevista para esta quinta.
Ao falar na praça que se tornou o centro das manifestações na Ucrânia nos últimos três meses, o presidente interino Oleksander Turchinov disse que o novo governo provisório terá de tomar decisões impopulares para “evitar a inadimplência da Ucrânia e restaurar a confiança de credores e investidores”, segundo a agência Bloomberg. Turchinov previu que o governo interino deverá atuar durante um período de três a quatro meses.
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Outros nomes apontados são o do diplomata Andriy Deshchytsya para o Ministério de Relações Exteriores, Oleksander Shlapak, ex-ministro da Economia e ex-vice-presidente do Banco Central, para o Ministério das Finanças, e Andriy Paruby, chefe da força de “autodefesa” que protegeu a área de protestos da ação policial durante os três meses de conflito, para secretário do poderoso Conselho de Defesa e Segurança Nacional. (Continue lendo o texto)

Se os nomes forem aprovados, o novo governo poderá abrir caminho para negociações com o Fundo Monetário Internacional para evitar o colapso financeiro da Ucrânia, agora que a ajuda de 15 bilhões de dólares acertada entre o ex-presidente Yanukovich e a Rússia deve ser cortada. Foi exatamente a opção do presidente em se aproximar do Kremlin, em detrimento de um acordo com a União Europeia, que deu início à crise no país, em novembro do ano passado.
Yanukovich, considerado foragido pelo governo interino, foi colocado em uma lista internacional de procurados. Segundo o New York Times, jornalistas ucranianos lançaram o site YanukovichLeaks, em alusão ao WikiLeaks, do hacker Julian Assange, para publicar na internet os documentos secretos encontrados após a fuga do presidente. O governo interino acredita que os arquivos podem revelar crimes de corrupção cometidos por Yanukovich, como lavagem de dinheiro. As primeiras fotos em alta qualidade dos documentos já foram disponibilizadas para a consulta da população.
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Tensões com a Rússia – O anúncio dos indicados para o novo governo interino foi feito em meio a elevadas tensões com a Rússia, que colocou suas tropas em alerta máximo, em uma demonstração de força. O presidente Vladimir Putin pôs 150.000 soldados de prontidão para manobras militares perto da Ucrânia. A Rússia tem repetidamente expressado preocupação com a segurança dos cidadãos russos que moram no país vizinho, em declarações semelhantes àquelas que precederam a invasão à Geórgia, em 2008, com o argumento de que exercia seu direito de proteger os russos que residiam na região separatista da Ossétia do Sul.
Os Estados Unidos alertaram que a Rússia tem de respeitar a integridade territorial do país vizinho. O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse que o governo americano apoia fortemente os esforços dos líderes ucranianos para formarem um governo inclusivo, multipartidário. "Nós fazemos um chamado aos atores externos na região para que respeitem a integridade territorial e a soberania ucranianas, que ponham fim à retórica e ações provocativas, apoiem as estruturas do governo de transição estabelecidas democraticamente e usem sua influência em apoio à unidade, paz e um caminho inclusivo". (Continue lendo o texto) 

O secretário de Estado, John Kerry, anunciou que os Estados Unidos planejam destinar 1 bilhão de dólares em garantia de empréstimos para a Ucrânia e consideraria uma ajuda financeira direta adicional para a antiga república soviética. Numa entrevista à TV, Kerry, também deixou claro que os Estados Unidos não querem que a Rússia intervenha nos assuntos da Ucrânia. "Esperamos que a Rússia não veja isso como uma espécie de continuação da Guerra Fria", declarou Kerry à MSNBC. "Não acreditamos que isto deva ser (uma questão) Leste-Oeste, Rússia-Estados Unidos. Isto não é 'Rocky IV'", acrescentou, em referência ao filme de 1985 em que o boxeador Rocky Balboa, interpretado por Sylvester Stallone, luta contra um soviético - papel de Dolph Lundgren.
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Ministros da Defesa da Otan, reunidos em Bruxelas, divulgaram um comunicado apoiando a “soberania e a independência da Ucrânia, sua integridade territorial, desenvolvimento democrático, e o princípio de inviolabilidade de fronteiras”. O texto não tem menções diretas aos exercícios militares russos.
Confrontos – Na Crimeia, a maioria de etnia russa foi às ruas a favor da independência da região. A manifestação resultou em um confronto entre a população pró-Moscou e pró-Kiev. Uma pessoa que participava dos protestos morreu, aparentemente após sofrer um ataque cardíaco, segundo informação da agência de notícias Interfax.

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