No Congresso, FHC e Aécio atacam governo e defendem 'renovação'
Pré-candidato do PSDB ao Planalto, senador mineiro utiliza evento de comemoração dos 20 anos do plano Real para testar discurso eleitoral contra governo Dilma e afirmar que moeda foi 'o maior programa de distribuição de renda do Brasil'
BRASÍLIA - Com duras críticas à gestão da presidente Dilma Rousseff (PT), o PSDB utilizou a solenidade de comemoração dos 20 anos do Plano Real, nessa terça-feira, 25, para testar o discurso eleitoral do pré-candidato do partido ao Palácio do Planalto, o senador mineiro Aécio Neves. Para os tucanos, o País precisa de um "choque de esperança e confiança".
A frase, usada por Aécio em meio ao evento no Congresso Nacional, faz referência indireta ao mote do petista Luiz Inácio Lula da Silva na campanha vitoriosa de 2002 - "a esperança venceu o medo" - e explora um dos principais problemas da gestão Dilma, a crise de confiança que seu governo vive junto ao mercado e ao meio empresarial.
Aécio sugeriu que é possível usar a experiência do Plano Real para lidar com as dificuldades econômicas atuais. "Se já realizamos esta transformação uma vez, quando tudo parecia impossível, será possível fazer isso mais uma vez em favor do povo brasileiro", disse o senador. "Precisamos de um novo choque de esperança e confiança, como aquele que o Plano Real produziu 20 anos atrás. Se já realizamos esta transformação uma vez, quando tudo parecia absolutamente impossível, temos condições de fazê-la novamente."
O pré-candidato tucano também criticou a política de alianças de Dilma. "É vital recuperar o interesse de nossa gente. Para pôr fim ao vale-tudo sem escrúpulos em que a política brasileira foi transformada. Temos que derrotar nas urnas as mentiras e os pactos de conveniência. E ainda os condomínios de poder", afirmou o senador.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mentor do Plano Real quando era ministro da Fazenda de Itamar Franco, participou do evento, assim como dois dos formuladores do plano, os economistas Edmar Bacha e Gustavo Franco. Peemedebistas como o senador Romero Jucá (PMDB-RR), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), participaram do evento. Eles serviram ao governo tucano e hoje estão com o PT.
Aécio classificou o Plano Real como "o maior programa de distribuição de renda do Brasil". De acordo com ele, o Real tirou das costas do trabalhador o imposto inflacionário. "Foi o plano mais sólido de estabilidade econômica feito no mundo nos últimos 50 anos".
Couberam a FHC os ataques mais duros a Dilma. Ele defendeu que o Brasil precisa de "ar novo" e "sangue novo". "É preciso ter coragem para dizer as coisas, sem agressividade, mas com clareza: já está passando da hora, há momentos em que é preciso renovar", afirmou. Disse que chegou o momento de o País tomar novos rumos. "Nós ainda estamos com os olhos no passado", completou o tucano.
Segundo ele, "um líder que não desperta confiança não é líder". "Perdemos o momento da fartura de capitais. Perdemos o momento em que os olhos estavam voltados para o Brasil, o que não quer dizer que, amanhã, não possamos recuperar. Eu sou muito confiante no Brasil. Não sou derrotista, não sou pessimista. Não! Eu falava muito da ‘fracassomania’. Agora, a presidente Dilma fala dos pessimistas. Eu não sou desse lado. Eu sou do lado do otimismo, mas do otimismo com realismo", afirmou o ex-presidente.
Tanto Aécio quanto FHC ironizaram a ausência de petistas na cerimônia. O único a comparecer foi o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), mas ele ficou por pouco tempo.
Respostas. O governo escalou ministros e dirigentes do PT para rebater FHC, também expondo como Dilma pretende tratar da questão econômica em sua campanha à reeleição. "Foi o presidente Lula que resgatou o Plano Real, que sofreu um desvio no meio do caminho por causa da pedra da reeleição", disse a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-chefe da Casa Civil, numa referência velada à desvalorização que a moeda sofreu em 1999, logo após a segunda vitória de FHC.
Gleisi não estava no plenário do Senado quando o ex-presidente partiu para o ataque contra o governo. "Desde 2011 a presidente Dilma continua a operação salvamento do Plano Real", rebateu a senadora. "Eu gostaria de saber quantos países, em 11 anos de governo, conseguiram controlar a inflação e garantir o emprego com crescimento do consumo e da economia."
Segundo assessores próximos, Dilma avaliou como "deselegantes" as críticas de FHC. Esses assessores afirmaram que a estratégia da equipe da presidente para a campanha "é mostrar que, enquanto os adversários criticam, ela cuida da administração e entrega obras".
A tática do PT para a campanha é bater na tecla do aumento do emprego e da renda desde 2003, quando Lula assumiu a Presidência, e fazer a comparação deste período com os oito anos do governo FHC.
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Aécio Neves e Fernando Henrique na chegada ao Congresso
Aécio sugeriu que é possível usar a experiência do Plano Real para lidar com as dificuldades econômicas atuais. "Se já realizamos esta transformação uma vez, quando tudo parecia impossível, será possível fazer isso mais uma vez em favor do povo brasileiro", disse o senador. "Precisamos de um novo choque de esperança e confiança, como aquele que o Plano Real produziu 20 anos atrás. Se já realizamos esta transformação uma vez, quando tudo parecia absolutamente impossível, temos condições de fazê-la novamente."
O pré-candidato tucano também criticou a política de alianças de Dilma. "É vital recuperar o interesse de nossa gente. Para pôr fim ao vale-tudo sem escrúpulos em que a política brasileira foi transformada. Temos que derrotar nas urnas as mentiras e os pactos de conveniência. E ainda os condomínios de poder", afirmou o senador.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mentor do Plano Real quando era ministro da Fazenda de Itamar Franco, participou do evento, assim como dois dos formuladores do plano, os economistas Edmar Bacha e Gustavo Franco. Peemedebistas como o senador Romero Jucá (PMDB-RR), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), participaram do evento. Eles serviram ao governo tucano e hoje estão com o PT.
Aécio classificou o Plano Real como "o maior programa de distribuição de renda do Brasil". De acordo com ele, o Real tirou das costas do trabalhador o imposto inflacionário. "Foi o plano mais sólido de estabilidade econômica feito no mundo nos últimos 50 anos".
Couberam a FHC os ataques mais duros a Dilma. Ele defendeu que o Brasil precisa de "ar novo" e "sangue novo". "É preciso ter coragem para dizer as coisas, sem agressividade, mas com clareza: já está passando da hora, há momentos em que é preciso renovar", afirmou. Disse que chegou o momento de o País tomar novos rumos. "Nós ainda estamos com os olhos no passado", completou o tucano.
Segundo ele, "um líder que não desperta confiança não é líder". "Perdemos o momento da fartura de capitais. Perdemos o momento em que os olhos estavam voltados para o Brasil, o que não quer dizer que, amanhã, não possamos recuperar. Eu sou muito confiante no Brasil. Não sou derrotista, não sou pessimista. Não! Eu falava muito da ‘fracassomania’. Agora, a presidente Dilma fala dos pessimistas. Eu não sou desse lado. Eu sou do lado do otimismo, mas do otimismo com realismo", afirmou o ex-presidente.
Tanto Aécio quanto FHC ironizaram a ausência de petistas na cerimônia. O único a comparecer foi o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), mas ele ficou por pouco tempo.
Respostas. O governo escalou ministros e dirigentes do PT para rebater FHC, também expondo como Dilma pretende tratar da questão econômica em sua campanha à reeleição. "Foi o presidente Lula que resgatou o Plano Real, que sofreu um desvio no meio do caminho por causa da pedra da reeleição", disse a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-chefe da Casa Civil, numa referência velada à desvalorização que a moeda sofreu em 1999, logo após a segunda vitória de FHC.
Gleisi não estava no plenário do Senado quando o ex-presidente partiu para o ataque contra o governo. "Desde 2011 a presidente Dilma continua a operação salvamento do Plano Real", rebateu a senadora. "Eu gostaria de saber quantos países, em 11 anos de governo, conseguiram controlar a inflação e garantir o emprego com crescimento do consumo e da economia."
Segundo assessores próximos, Dilma avaliou como "deselegantes" as críticas de FHC. Esses assessores afirmaram que a estratégia da equipe da presidente para a campanha "é mostrar que, enquanto os adversários criticam, ela cuida da administração e entrega obras".
A tática do PT para a campanha é bater na tecla do aumento do emprego e da renda desde 2003, quando Lula assumiu a Presidência, e fazer a comparação deste período com os oito anos do governo FHC.
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