Pular para o conteúdo principal

Governo escala ministros para fazer 'plantão' na Câmara

Objetivo é que primeiro escalão de Dilma fique à disposição para atender a demandas de deputados e evitar rebelião em ano eleitoral

 
 
O governo escalou 12 ministros para um "plantão permanente" na Câmara, com o objetivo de acalmar a rebelião na base aliada. A iniciativa tenta neutralizar o "blocão" criado por aliados do governo semana passada para forçar o Planalto a abrir negociações.

Após quase três horas de reunião com o vice-presidente, Michel Temer, e os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais), líderes da base governista na Câmara saíram ontem do Planalto com a promessa de abertura de diálogo e mais atenção às suas reclamações. "É evidente que havia um mau humor, e vamos trabalhar para resolver isso", disse o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).
A solução da má vontade dos parlamentares passa, principalmente, pela ocupação de cargos e liberação de verbas para emendas parlamentares. Os conflitos existem principalmente na relação entre o PT e o PMDB.
Os 12 ministros que serão despachados para o Congresso vêm de áreas em que há mais recursos para emendas e obras. Integram a lista as pastas de Saúde, Educação, Integração Nacional, Cidades, Turismo, Trabalho, Agricultura, Desenvolvimento Social, Desenvolvimento Agrário, Cultura, Esportes e Transportes.
Para o deputado André Moura (PSC-SE), a reunião mostrou que a iniciativa de criar o "blocão" - formado por sete partidos da base aliada - deu resultado. "Há uma reclamação constante de distanciamento entre o governo e o Parlamento", disse. "Fizemos uma D.R.", emendou o deputado Givaldo Carimbão (PROS-AL), numa referência à sigla que significa "discutir a relação".
Chinaglia disse que os encontros dos ministros com deputados servirão "para cada parlamentar dizer o que está precisando para sua cidade e Estado".
Embora a falta de cargos no primeiro escalão seja um dos motivos das queixas dos aliados, Mercadante alegou não ter autorização da presidente Dilma Rousseff para tratar da reforma ministerial. "Há menos ministérios do que partidos que querem ministérios", disse.
Ideli estará hoje no Congresso para discutir com a base uma pauta conjunta que não aumente as despesas do governo. "Não podemos esquecer que todos os partidos assinaram o pacto de responsabilidade fiscal", disse. "Esse é um ano curto e queremos que a Câmara faça o seu melhor papel. Vamos discutir uma pauta estratégica e, a partir dessa síntese, dialogaremos com a oposição", completou Chinaglia.
'Ruído'. Ontem, em Bruxelas, durante a reunião de cúpula Brasil-União Europeia, Dilma negou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteja manifestando insatisfação sobre seu governo a interlocutores políticos e empresariais. "Vocês podem tentar de todas as formas criar conflito, ruído ou barulho entre mim e o presidente Lula, mas vocês não vão conseguir."
Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo de ontem, Lula estaria manifestando a interlocutores que Dilma precisaria mudar os rumos da condução da economia, assim como melhorar as relações com a base aliada no Congresso.
Campos. Ontem, no Rio, o governador de Pernambuco e pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, disse que trabalha para formar "uma ampla frente política e social que demonstre a indignação do Estado e da cidade, que está posta às claras". "Vamos ter um palanque", disse Campos, que citou como possibilidades a candidatura do deputado Alfredo Sirkis, do PSB, ou o apoio ao pré-candidato do PROS, Miro Teixeira. Mais cedo, em Pernambuco, ele lançou oficialmente o secretário da Fazenda de Pernambuco, Paulo Câmara, à sua sucessão.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estim...
Agência Brasil Augusto Aras reitera que seu compromisso é com a atuação na chefia do Ministério Público Federal Aras afirma desconforto com especulação sobre vaga no STF BRASIL O procurador-geral da República, Augusto Aras, em nota, manifesta seu desconforto com a veiculação reiterada de seu nome para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Conquanto seja uma honra ser membro dessa excelsa Corte, o PGR sente-se realizado em ter atingido o ápice de sua instituição, que também exerce importante posição na estrutura do Estado. Segundo Aras, ao aceitar a nomeação para a chefia da Procuradoria-Geral da República, não teve outro propósito senão o de melhor servir à Pátria, inovar e ampliar a proteção do Ministério Público Federal e oferecer combate intransigente ao crime organizado e a atos de improbidade que causam desumana e injusta miséria ao nosso povo. O PGR considerar-se-á realizado se chegar ao final do seu mandato tão somente cônscio de haver cumprido o se...