Presidente interino alerta: 'Separatismo ameaça a Ucrânia'
Após adiar formação de um governo de transição, Turchynov afirmou aos parlamentares que é preciso estar alerta aos perigosos sinais de separatismo
O presidente do Parlamento e chefe de Estado interino da Ucrânia, Oleksander Turchynov (Sergei Supinsky/AFP)
Leia também:
Rússia questiona legitimidade de governo interino da Ucrânia
Novo governo diz que precisa de 35 bilhões de dólares para evitar falência
Em vídeo viral, jovem ucraniana diz que “povo quer ser livre”
EUA dizem que Rússia cometerá 'grave erro' se enviar tropas à Ucrânia
"Peço que a votação aconteça na quinta-feira", afirmou Turchynov aos deputados no Parlamento. Ele não revelou o motivo do adiamento. "A decisão deve ser tomada na quinta-feira. Não podemos esperar mais tempo", disse. "Realizem consultas noite e dia, mas as façam de modo transparente", completou.
Ainda falando ao Parlamento, Turchynov afirmou que discutirá com agências federais o risco de separatismo em regiões do país com população majoritariamente de ascendência russa. “O separatismo é uma grave ameaça”, salientou.
A Ucrânia tem cerca de 44 milhões de pessoas e um território de mais de 600.000 quilômetros quadrados (área maior que a da França, o maior país da União Europeia). O país vem sendo alvo de uma queda de braço entre UE e Rússia: enquanto os europeus têm interesse em expandir suas fronteiras para o leste e isolar a Rússia, Moscou quer aumentar sua zona de influência e aproximar-se da UE para confrontá-la.
No domingo, Oleksander Turchinov assumiu interinamente a presidência do país após o ex-presidente Viktor Yanukovich abandonar o cargo no sábado e partir de Kiev, a capital do país. Turchinov é braço-direito e confidente da oposicionista e ex-primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Tymoshenko, que foi foi libertada no sábado em um dia de muito drama e intriga que revirou a política no antigo membro da União Soviética. A ex-magnata do gás de 53 anos foi sentenciada em 2011 a sete anos de prisão por um acordo de gás que assinou com a Rússia como primeira-ministra da Ucrânia. A sua libertação define uma possível candidatura à presidência.
Rússia - Também nesta terça, o chanceler russo, Sergei Lavrov, afirmou que a Ucrânia não pode ser forçada a escolher entre manter laços próximos com a Rússia ou com o Ocidente. O comentário foi o mais recente em uma série de alertas feitos por Moscou à União Europeia e aos Estados Unidos para que não tentem influenciar o futuro do antigo Estado soviético.
"É perigoso e contraproducente tentar forçar a Ucrânia a escolher dentro do princípio: 'Ou você está conosco ou está contra nós'", disse Lavrov, em entrevista coletiva conjunta após encontro com o chanceler de Luxemburgo, Jean Asselborn. A Rússia e o Ocidente precisam "usar os contatos com as diferentes forças políticas na Ucrânia para acalmar a situação... e não buscarem vantagens unilaterais num momento em que é necessário o diálogo nacional", acrescentou Lavrov.
O chanceler francês, Laurent Fabius, disse à emissora de TV France 2 que ninguém está forçando a Ucrânia a fazer uma escolha.
Comentários
Postar um comentário