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EUA expulsam três diplomatas venezuelanos do país

Medida é tomada em reciprocidade, enquanto Maduro sugere troca de embaixadores com Washington; protestos perdem intensidade

 
 
(Atualizada às 23h15) CARACAS - O governo dos Estados Unidos expulsou nesta terça-feira, 25, três diplomatas venezuelanos do país, em retaliação a uma medida similar tomada na semana passada pelo governo venezuelano. Foram considerados "personas non gratas" pelo departamento de Estado os secretários da embaixada Ignacio Luis Cajal Avalos, Victor Manuel Pisani Azpurua e Marcos Jose Garcia Figueredo.
Nas ruas de Caracas, o ritmo das manifestações de rua diminuiu, mas uma pessoa morreu em Maracay, no Estado de Aragua, o que elevou o número de vítimas em virtude dos protestos das últimas semanas para 14.
Os diplomatas têm 48 horas, até quinta-feira, para deixar os EUA. "A Convenção de Viena permite aos EUA considerar qualquer membro de missão diplomática a qualquer momento sem necessidades", informou por meio de nota o Departamento de Estado.
Após a expulsão dos diplomatas americanos, no entanto, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro disse que estaria disposto a normalizar as relações diplomáticas com os EUA, restabelecendo embaixadores nos dois países, o que não ocorria desde 2008.
Nesta terça-feira, o chanceler Elías Jaua disse que o governo venezuelano nomeará Maxmilian Arvelaiz, ex-embaixador no Brasil, para o posto.
O Departamento de Estado, no entanto, declarou por meio da porta-voz Jen Psaki que essa deve ser uma decisão mútua. "Temos dito por meses que estamos abertos a uma troca (de embaixadores), mas a Venezuela precisa mostrar seriedade em suas intenções para que uma relação positiva progrida", disse.
Maduro acusa o governo americano de fomentar a oposição venezuelana e os estudantes que pedem sua renúncia. Na avaliação do presidente, ele é vítima de uma tentativa continuada de golpe de Estado.
Desmobilização. O dia foi mais calmo na capital venezuelana nesta terça. Um pequeno grupo de estudantes ligados ao partido Vontade Popular, do líder opositor Leopoldo López, preso na semana passada, fez uma passeata rumo à embaixada de Cuba, no distrito de Baruta, no sudeste de Caracas. A adesão, no entanto, foi pequena. A reportagem do Estado contou 25 manifestantes mobilizados no ato.
Os estudantes caminharam a pé da Praça Alfredo Sadel até a rua Roraima, sede da embaixada. Ali, foram impedidos de progredir por homens da Guarda Nacional Bolivariana e da Polícia Nacional. Eles pretendiam entregar aos diplomatas cubanos. Sem poder avançar, gritaram algumas palavras de ordem contra os governos de Venezuela e Cuba, cantaram o hino nacional e se dispersaram. Não houve repressão.
Assessores do Vontade Popular admitiram que a adesão foi baixa. Tony Vitola, estudante de economia da Universidade Central da Venezuela, que é filiado ao partido, reconhece que depois de semanas de mobilização, os atos estão perdendo força. "Ao longo de tantos dias as pessoas já estão cansadas", disse ao Estado. "Está se desmobilizando um pouco."
A líder estudantil Gabriela Arellano criticou a decisão de Maduro de estender o ponto facultativo de carnaval para quinta e sexta-feira, o que foi visto pela oposição como uma tentativa de esfriar os protestos. "O país não está para carnaval", declarou ao Estado.


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