Pular para o conteúdo principal

Japão denuncia invasão de espaço aéreo pela China


Após sobrevoo de aeronave, Força Aérea japonesa enviou caças à região


Avião chinês sobrevoa as disputadas ilhas Senkaku ou Diaoyu, no mar da China Oriental
Avião chinês sobrevoa as disputadas ilhas Senkaku ou Diaoyu, no mar da China Oriental

O voo de um avião chinês sobre as ilhas Diaoyu/Senkaku, que são disputadas por Pequim e Tóquio, constituiu a primeira invasão do espaço aéreo japonês por parte da China, denunciou nesta quinta-feira o ministério da Defesa do Japão.


Um porta-voz do ministério confirmou informações de que o voo de uma aeronave da Vigilância Marítima da China foi o primeiro que as autoridades militares japoneses registraram como uma invasão em seu espaço aéreo. O porta-voz do governo japonês, Osamu Fujimura, afirmou à imprensa que o avião chinês entrou às 11h06 locais (0h06 de Brasília) no espaço aéreo das ilhas.

A Força Aérea de Autodefesa (a aviação militar nipônica) enviou imediatamente oito caças F-15 à região, além de uma aeronave E-2C, segundo Fujimura. Pelo incidente, o Japão enviou um protesto oficial à China."O sobrevoo das ilhas Diaoyu por aviões de vigilância marítima chineses é perfeitamente normal", declarou o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores Hong Lei.


O incidente aconteceu poucas horas depois de quatro navios-patrulha da China terem entrado nas águas que o Japão considera suas, algo que já aconteceu em diversas ocasiões nos três últimos meses. A Guarda Costeira do Japão exigiu que as embarcações deixassem a zona, no que o responsável por uma delas respondeu que a área foi território da China 'desde tempos imemoráveis', segundo autoridades locais citadas pela agência local Kyodo.

Histórico - O arquipélago desabitado do mar da China Meridional, que os japoneses chamam de Senkaku e os chineses de Diaoyu, é o centro de uma disputa entre o Japão, que controla as ilhas, e a China, que reivindica a área, assim como Taiwan. As ilhas pertencem a um proprietário privado japonês. O governo nipônico anunciou a nacionalização do arquipélago em setembro.

Há poucos meses, manifestações antijaponesas que duraram uma semana foram organizadas em várias cidades da China. Desde que o Japão assumiu o controle direto do arquipélago, navios oficiais chineses permanecem nas águas territoriais ou na zona destas ilhas, que ficam 200 km ao leste das costas de Taiwan e 400 km ao oeste da ilha de Okinawa (sul do Japão).

Entenda como ilhotas colocaram a China contra o Japão

A soberania de oito ilhas rochosas provocou crise diplomática entre dois fortes parceiros comerciais e desatou uma onda de protestos anti-Japão em cidades chinesas.

Qual é o contexto histórico da disputa?

Barco japonês navega na região das ilhas Senkaku, disputadas por Japão, China e Taiwan A disputa pelas ilhas data de 1895. Segundo o Japão, nessa época a China cedeu o território ao perder a guerra sino-japonesa. A China diz que o Japão tomou ilegalmente o território ao forçar a dinastia Qing a assinar o Tratado de Shimonoseki. Durante a II Guerra Mundial, os Estados Unidos administraram as ilhas, mas as devolveram ao Japão em seguida. A China diz ter recuperado a soberania das ilhas após o conflito com a Proclamação de Potsdam, de 1945, mas o Japão diz que elas não estavam incluídas em um acordo posterior, o Tratado de Paz de San Francisco, de 1951. Em 1971, tanto China como Taiwan declararam soberania sobre as ilhas e, desde então, a questão virou um entrave diplomático.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular