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Síria teme que extremistas obtenham armas químicas


Enviado do país à ONU diz temer que Estados armem os rebeldes e depois digam que o governo sírio usou tal armamento

NAÇÕES UNIDAS - A Síria teme que alguns países possam equipar grupos extremistas com armas químicas e depois dizer que elas foram usadas pelo governo sírio, escreveu o enviado do país à Organização das Nações Unidas (ONU) em carta ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e ao Conselho de Segurança.
Cidade de Damasco tem pontos destruídos por conflito - Hussam Chamy/Reuters
 
Cidade de Damasco tem pontos destruídos por conflito

O embaixador da Síria na ONU, Bashar Jafari, também acusou o governo dos Estados Unidos de apoiar "terroristas" na Síria e de promover uma campanha dizendo que a Síria pode usar armas químicas na guerra civil que já matou ao menos 40 mil pessoas. O conflito teve início há 20 meses.
Os EUA garantem que têm enviado apenas ajuda humanitária e assistência não letal aos opositores do presidente sírio, Bashar Assad, mas admitem que alguns aliados têm armado os rebeldes. O governo de Assad acusa a Arábia Saudita, o Catar, a Turquia, os EUA e outros governos do Ocidente de apoiar e armar os rebeldes, acusação negada pelos governos desses países.
"Temos declarado repetidamente em público e por meio de canais diplomáticos que a Síria não usará, em nenhuma circunstância, nenhuma arma química que possa ter, porque está protegendo seu povo dos terroristas apoiados por Estados bem conhecidos, na frente deles os Estados Unidos da América", afirmou Jafari.
"Estamos verdadeiramente preocupados de que determinados Estados que apoiam o terrorismo e terroristas possam fornecer armas químicas a grupos terroristas armados, e depois dizerem que elas foram usadas pelo governo sírio", escreveu ele em uma carta ao secretário-geral datada de 8 de dezembro, mas tornada pública nesta segunda-feira.
O governo sírio acusa as potências ocidentais de apoiar o que diz ser uma campanha "terrorista" dos sunitas para derrubar Assad, membro da minoria alauíta, seita afiliada ao Islã xiita. Damasco diz que as preocupações norte-americanas e europeias com a possibilidade de as forças de Assad recorrerem às armas químicas podem servir como pretexto para preparar uma intervenção militar. Especialistas militares ocidentais afirmam que a Síria tem quatro locais suspeitos para armas químicas e que o país é capaz de produzir agentes químicos como o gás mostarda e o sarim, além de possivelmente o agente VX.
"Estados como os Estados Unidos da América, que usaram armas químicas e outras similares não estão na posição de lançar uma campanha como essa, especialmente porque, em 2003, eles usaram o pretexto de o Iraque ter armas de destruição em massa a fim de justificar a invasão e a ocupação deles", escreveu Jafari.
"Desde que a questão foi trazida à tona, a Síria declarou incontáveis vezes que, em nenhuma circunstância, usaria qualquer arma química que possa ter contra o próprio povo", afirmou ele. "O governo da República Árabe da Síria adverte que grupos terroristas podem usar essas armas contra o povo sírio."
Ban manifestou preocupação no domingo com o agravamento da violência na Síria, inclusive com a notícia do assassinato em massa de alauítas e o suposto disparo de mísseis de longo alcance no território sírio, afirmou um porta-voz de Ban.
O Conselho de Segurança da ONU, formado por 15 integrantes, tem sido incapaz de promover uma ação significativa no conflito. Rússia e China, que têm poder de veto, recusam-se a condenar Assad ou a apoiar a imposição de sanções.

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