Rebeldes sírios tomam campo de refugiados palestinos
Oito civis morreram em Al Yarmouk, cenário de combates nos últimos dias
Menino sírio segura morteiro
intacto e supostamente disparado por tropas governamentais - Lens Young
Homsi
Os insurgentes sírios anunciaram, nesta terça-feira, que tomaram o controle do campo de refugiados palestinos de Al Yarmouk, no sul de Damasco, após confrontos com as forças leais ao regime de Bashar Assad. Nos últimos dias, o campo foi alvo dos ataques do regime e, ontem, o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Araby, manifestou sua preocupação pela morte de oito refugiados palestinos em Al Yarmouk.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
A agência de notícias palestina Ma'an informou ontem que os combates se
intensificaram no sábado, quando os opositores sírios ganharam terreno e
forçaram Jibril, alinhado com o regime, a abandonar Damasco junto a seu
filho. Cerca de 500.000 refugiados palestinos moram na Síria, dos quais mais de
150.000 residem em Al Yarmouk, segundo a ONU. No entanto, mais da metade de seus
habitantes abandonou suas casas pelos bombardeios.
Governo - A agência de notícias oficial Sana afirmou nesta
terça que o ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Muallem, teve ontem
uma conversa telefônica com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, sobre a
situação em Al Yarmouk. Muallem disse ao responsável da ONU que, durante os
últimos quatro dias, "grupos terroristas armados pertencentes à frente radical
Al Nusra", que combate o regime, teriam entrado no campo, onde convivem
palestinos e sírios.
O ministro afirmou que o exército sírio não entrou no campo e que os
choques foram entre unidades dos comitês populares palestinos e os atacantes,
que estão equipados com armas e são financiados por países vizinhos. Muallem
ressaltou que a Síria proporcionou durante décadas um apoio aos palestinos que
nenhum outro país lhes deu e pediu a eles que não apoiem os grupos
armados.
Sequestro - Também nesta terça, o jornalista de televisão
americano Richard Engel e sua equipe foram libertados ilesos, depois de terem
passado cinco dias sequestrados na Síria, segundo o canal NBC News. Na primeira
entrevista depois de ser libertado, Engel afirmou que os sequestradores eram
militares pró-regime, leais a Bashar Assad, que ameaçaram executar todos. A
equipe perdeu contato depois de entrar na Síria a partir da Turquia na
quinta-feira.
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