Rússia pede à Síria que busque diálogo com os adversários
País participa dos esforços diplomáticos para acabar com conflito de 21 meses
O líder da Coalizão
Nacional Síria, Moaz el-Jatib, foi convidado pela Rússia a participar nas
negociações
A Rússia pediu nesta sexta-feira ao governo sírio
que se disponibilize com prontidão ao diálogo com seus adversários, colocando
seu peso nos esforços diplomáticos para acabar com o conflito de 21 meses
na Síria. O ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov,
disse ter pedido ao vice-chanceler sírio, Faisal Makdad, durante as reuniões
realizadas em Moscou na quinta-feira, que dê ênfase à
disponibilidade de seu governo para conversar com a oposição sobre a maior gama
possível de assuntos, em conformidade com um acordo internacional firmado em
Genebra em junho, e que pedia a formação de um governo de transição.
"Nós encorajamos ativamente a liderança síria a tornar concreta a sua declarada disponibilidade para o diálogo com a oposição", disse Lavrov a jornalistas, após reunião com o chanceler egípcio, Mohamed Kamel Amr. "Acho que uma avaliação realista e detalhada da situação na Síria levará os membros da oposição a buscar meios de iniciar um diálogo político", acrescentou. A Rússia deve receber um alto diplomata dos EUA para a Síria no próximo mês para discutir com o enviado internacional à Síria, Lakhdar Brahimi, planos para acabar com a guerra civil, declarou mais cedo o representante do Kremlin para a região.
Brahimi
vai visitar Moscou no sábado para conversações sobre os resultados
de suas negociações com o ditador Bashar Assad e com a oposição síria. "Vamos
ouvir o que Lakhdar Brahimi tem a dizer sobre a situação na Síria e, depois
disso, provavelmente, haverá uma decisão de realizar uma nova reunião dos três
'Bs'", afirmou o vice-ministro das Relações Exteriores, Mikhail Bogdanov, à
agência de notícias russa RIA. Ele referiu-se às iniciais dos nomes dos
diplomatas envolvidos nas conversações.
Diplomacia - Durante negociações no início deste mês, Bogdanov, que é enviado especial do Kremlin para assuntos do Oriente Médio, o subsecretário de Estado dos EUA, William Burns, e Brahimi concordaram ser necessária uma solução política para a crise. Bogdanov disse que os três se encontrariam novamente em janeiro, após o período de feriados. Segundo Lavrov, a Rússia também convidou o líder do Conselho Nacional Sírio, entidade oposicionista reconhecida internacionalmente, Moaz al-Khatib, para conversações, em comentários que parecem reforçar o compromisso de Moscou de ajudar Brahimi a buscar uma saída para a crise.
A Rússia tem criticado o apoio ocidental ao Conselho Nacional Sírio, que tenta derrubar Assad. Mas Brahimi pediu a formação de um governo de transição para governar até as eleições e está tentando intermediar uma transferência pacífica de poder na Síria. O papel que Assad e membros de seu governo teriam em um órgão de transição - um plano delineado em Genebra há seis meses - é questão que divide as potências mundiais.
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