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Turquia pressiona ONU a abrigar refugiados dentro da Síria

País vizinho já recebeu 80.000 dos 200.000 sírios que fugiram dos conflitos

Turquia é o país vizinho à Síria que mais recebe refugiados
Turquia é o país vizinho à Síria que mais recebe refugiados                                     
O ministro de Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, pediu nesta quarta-feira à Organização das Nações Unidas (ONU) que cuide dos refugiados sírios dentro da própria Síria, em vez de deixá-los entrar em larga escala na Turquia, que já abriga mais de 80.000 refugiados. O número de sírios que fugiram para os países vizinhos ultrapassou as projeções da ONU e agora a Turquia teme uma entrada em massa, como a de meio milhão de curdos iraquianos depois da Guerra do Golfo em 1991.
Leia também: Número de sírios que fogem à Jordânia dobra em 1 semana


Entenda o caso


  1. • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
  2. • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
  3. • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
Por esse motivo, o governo turco tem sustentado a ideia de uma "zona de segurança" sob a proteção internacional dentro da Síria para os civis que fogem da violência cada vez mais intensa no país. "Nós esperamos que a ONU envolva-se no assunto para proteger os refugiados dentro da Síria e, se possível, abrigá-los em campos por lá", disse Davutoglu em uma coletiva de imprensa em Ancara.
A Turquia discutiu o assunto com o chefe do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, António Guterres, e a chefe de assuntos humanitários da ONU, Valerie Amos, segundo o chanceler, acrescentando que ambos pretendiam visitar o país novamente.
Zona de segurança - País membro da Otan, a Turquia está relutante em agir sozinha para estabelecer uma zona de segurança dentro da Síria, uma vez que protegê-la de ataques das forças sírias iria significar efetivamente uma intervenção militar na revolta que já dura 17 meses contra o ditador Bashar Assad.
Além disso, não há apetite no Ocidente por uma ação militar na Síria e nenhuma perspectiva de uma interferência do Conselho de Segurança da ONU nesse sentido, dada a disposição da Rússia e da China de vetarem qualquer proposta. A ONU disse, na terça-feira, que mais de 200.000 sírios poderiam fugir para a Turquia caso o conflito piore. Atualmente, já há mais de 200.000 sírios refugiados na região, levando em conta todos os países vizinhos.

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