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Banco Central corta taxa de juro pela 9ª vez seguida, a 7,5%

Há um ano, o BC dava início ao mais polêmico ciclo de cortes da taxa básica de juros, que pode acabar em breve

 
BRASÍLIA - O Banco Central anunciou nessa quarta-feira o nono corte consecutivo da taxa básica de juros, que caiu de 8% para 7,5% ao ano, novo mínimo histórico. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC deixou aberta a possibilidade de nova redução da Selic na sua reunião de outubro, mas o ciclo de corte pode se encerrar caso a economia apresente sinais mais claros de recuperação. Se o cenário indicar a necessidade de mais um corte, ele deve ser menor.
A decisão já era esperada pela maior parte do mercado financeiro. O comunicado divulgado junto com o anúncio reforçou, por um lado, as apostas de mais um corte de 0,25 ponto porcentual daqui 40 dias, como mostravam ontem os contratos de juros negociados na BM&F Bovespa. Mas alguns analistas consideram que há sinais de um provável fim das reduções da Selic.
Em nota, o BC informou que a decisão de sua diretoria foi unânime. Disse ainda que os cortes já realizados se refletem, em parte, na recuperação "em curso" da atividade econômica. Por isso, entende que, se o cenário econômico "vier a comportar um ajuste adicional" nos juros, "esse movimento deverá ser conduzido com máxima parcimônia."
Outro sinal de que o ciclo de redução da Selic está próximo do fim é que o BC retirou de seu comunicado duas frases que acompanharam as três decisões anteriores, que citavam a "fragilidade da economia global" e os riscos limitados para a inflação.

Até hoje, parte dos analistas também achava que o BC pode levar a taxa básica a 7% neste ano, se a economia brasileira seguir em ritmo lento, com possibilidade de crescimento abaixo de 2% neste ano.
Há ainda aqueles que projetam que o BC vai parar de cortar os juros neste ano para não ser levado a subir novamente a taxa no começo de 2013, quando crescimento e inflação devem ser maiores do que em 2012.
'Sinais'
O economista-sênior do Espírito Santo Investment Bank, Flávio Serrano, está entre aqueles que avaliam que este pode ter sido o último corte de juros do ciclo atual, se houver sinais mais fortes de recuperação e considerando novos estímulos anunciados pelo Ministério da Fazenda ao consumo e investimento.
"A gente tem expectativa de que atividade dê sinais melhores, com o setor industrial patinando um pouco, mas com serviços e emprego forte. E espera uma piora na inflação, que deve acelerar entre outubro e dezembro", disse Serrano.
A taxa básica de juros está em queda desde agosto do ano passado, quando o BC surpreendeu o mercado e começou a reduzir a Selic, então em 12,5% ao ano. Na época, a inflação ameaçava ficar acima do limite de 6,5% fixado pelo governo. A instituição avaliou, entretanto, que a crise internacional iria durar mais que o esperado e jogaria para baixo o crescimento e os preços.
Como a crise ainda traz incertezas e os números da economia brasileira mostram fraca recuperação, analistas mudaram nesta semana suas apostas para os juros nos próximos anos. A expectativa agora é que a taxa básica continue no mínimo histórico por mais tempo e só volte a subir no segundo trimestre de 2013. Os contratos negociados na Bolsa também mostram que a Selic deve continuar abaixo de 10% por pelo menos dez anos.
Poupança
A taxa média de juros ao consumidor, que estava em 46% há um ano, recuou para 36,5%, de acordo com o último dado do BC. Contribuíram para isso, não só a redução da Selic, mas, principalmente, a política dos bancos públicos de cortarem suas margens, seguindo orientação do governo.
Outro efeito direto para o consumidor da queda dos juros é a rentabilidade menor da nova poupança e de outros investimentos. Com o juro básico em 8% ao ano, os depósitos feitos a partir de 4 de maio na caderneta estavam rendendo 0,4551% ao mês, mais a variação da TR. Agora, a correção deve ficar em torno de 0,42%. Depósitos anteriores a essa data têm remuneração garantida de 0,50% + TR.

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