Pular para o conteúdo principal

Suécia não extraditará Assange se existir ameaça de morte

O australiano teme que, ao ser julgado nos EUA, seja condenado à pena capital

Julian Assange discursa na varanda da embaixada do Equador em Londres em 19 de agosto de 2012
Julian Assange discursa na varanda da embaixada do Equador em Londres                                     
A Justiça sueca não extraditará o fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, aos Estados Unidos se houver qualquer possibilidade de o ativista australiano ser condenado à pena de morte por revelar segredos de estado. "Nunca entregaremos uma pessoa que estiver ameaçada de pena de morte", afirma Cecilia Riddselius, vice-diretora de assuntos penais e cooperação internacional do Ministério da Justiça sueca em declarações ao diário alemão Frankfurter Rundschau.


Entenda o caso


  1. • Julian Assange é acusado de agressão sexual por duas mulheres da Suécia, mas nega os crimes, diz que as relações foram consensuais e que é vítima de perseguição.
  2. • Ele foi detido em 7 de dezembro de 2010, pouco depois que o site Wikileaks, do qual é o proprietário, divulgou milhares de documentos confidenciais da diplomacia americana que revelam métodos e práticas questionáveis de muitos governos - causando constrangimentos aos EUA.
  3. • O australiano estava em prisão domiciliar na Grã-Bretanha, até que em maio de 2012 a Justiça determinou sua extradição à Suécia; desde então, ele busca meios jurídicos para ter o caso reavaliado, com medo de que Estocolmo o envie aos EUA.

Antes de decidir sobre a possibilidade de Assange ser extraditado aos Estados Unidos, este país deveria garantir à Suécia que o prisioneiro não seria executado em nenhum caso, avalia a alta funcionária da Justiça sueca. Além disso, Riddselius ressalta que a Justiça americana até agora não deu nenhum passo junto à Suécia para solicitar formalmente a extradição de Assange, assim como também não o fez perante as autoridades britânicas.
Assange é reclamado pela Justiça da Suécia devido às denúncias de duas mulheres por agressões sexuais, as quais ele negou reiteradamente. O fundador do site WikiLeaks, de 41 anos, está abrigado na embaixada equatoriana em Londres desde 19 de junho, quando pediu proteção ao presidente Rafael Correa, cujo governo finalmente lhe concedeu asilo diplomático na quinta-feira passada.
Leia também: OEA convoca reunião para discutir impasse sobre Assange
Possível invasão - Correa disse na segunda-feira, em entrevista à televisão do seu país, que uma eventual invasão da embaixada do Equador em Londres seria um "suicídio", pois abriria um precedente com consequências imprevisíveis para todas as representações diplomáticas da Grã-Bretanha pelo mundo. A imprensa britânica reforçou nesta manhã que o impasse diplomático criado pelo asilo político concedido ao fundador do Wikileaks está longe de estar resolvido.
O presidente do Equador reclamou ainda que os diplomatas britânicos ainda não tinham pedido desculpas ou retirado a ameaça de invadir a embaixada em Londres, e que "o perigo ainda existe". "Estamos à espera de apoio, pois isso viola todas as leis entre os estados americanos, todas as leis internacionais, a Convenção de Viena e todas as tradições diplomáticas de há pelo menos 300 anos".
Leia também: Denúncia de Assange de 'caça às bruxas' é absurda, dizem EUA
Ameaça virtual - O Ministério da Justiça britânico confirmou nesta terça-feira que seu site sofreu "algumas alterações", mas não responsabilizou nenhuma organização por esses problemas. Um porta-voz da pasta disse hoje que seu site "é um lugar público, que não recolhe informações sensíveis", e precisou que nenhum outro sistema do Ministério da Justiça foi afetado.

O grupo Anonymous, por sua vez, assumiu que atacou o site oficial do Ministério como forma de demonstrar seu apoio ao fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, que há dois meses está abrigado na embaixada equatoriana em Londres. De acordo com os hackers, a ameaça ao WikiLeaks também é uma ameaça à "liberdade de expressão e à saúde de toda a nossa sociedade".

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p