Pular para o conteúdo principal

Mitt Romney aceita indicação e promete criar empregos

Ao se apresentar como candidato a presidente, o republicano falou da falta de vagas de trabalho no país e criticou a política econômica de Barack Obama

 
Mitt Romney discursa no último dia da Convenção Nacional Republicana
Mitt Romney discursa no último dia da Convenção Nacional Republicana - Chip Somedevilla / AFP
"Desejaria que o presidente Obama tivesse obtido êxito, porque quero que os EUA tenham êxito, mas suas promessas deram lugar a decepção e divisão", afirmou o candidato republicano Mitt Romney
Mitt Romney aceitou formalmente, na noite desta quinta-feira, a indicação do Partido Republicano para concorrer à Presidência dos Estados Unidos contra Barack Obama nas eleições de novembro. No discurso de encerramento da convenção do partido, realizada em Tampa, na Flórida, o ex-governador de Massachusetts, de 65 anos, focou nas dificuldades financeiras enfrentadas pelos americanos e prometeu, se eleito, garantir empregos e reforçar a economia do país. O candidato republicano agradeceu a oportunidade de disputar a Casa Branca e afirmou que a nomeação "é uma grande honra e uma responsabilidade ainda maior".

Leia mais: Obama x Romney: Quem são e o que defendem os candidatos à Casa Branca

Se no dia anterior Paul Ryan foi responsável por energizar o público da convenção, embora tenha sido criticado por ter encoberto detalhes de seus pontos de vista, nesta quinta Romney não usou artimanhas para cativar a audiência e apresentou um discurso eficiente e sólido, reforçando sua imagem como um administrador bem-sucedido. "Obama prometeu desacelerar a elevação dos oceanos e curar o planeta. Eu prometo ajudar vocês e suas famílias", afirmou, buscando atingir os eleitores do democrata decepcionados com os últimos quatros anos de governo.
Empregos - A criação de emprego foi o tema central da apresentação do ex-governador de Massachusetts. "O que é necessário no nosso país hoje não é complicado nem profundo. O que os Estados Unidos precisam é de empregos. Muitos empregos", disse Romney, citando que uma em cada seis famílias americanas hoje são pobres. O candidato elencou os cinco passos que garantiriam sua ambiciosa meta de criar doze milhões de empregos: tornar os EUA autossuficiente de fontes energéticas; capacitação dos jovens para o mercado de trabalho; fortalecer e criar novos tratados comerciais; cortar impostos para os empresários que geram empregos e, por último, fortalecer as pequenas empresas, simplificando a regulação e eliminando o excesso de impostos. Neste último ponto, Romney afirmou que o Obamacare, apelido do programa de saúde criado pelo atual presidente, onera as empresas e garantiu que irá revogá-lo.

Leia mais: Vice de Romney energiza convenção, mas é chamado de mentiroso

Obama -
O republicano atacou medidas de Obama que, segundo ele, estariam ajudando a ampliar o desemprego, como o aumento de impostos para pequenos negócios e o corte de um trilhão de dólares em gastos militares. Romney apontou que a situação nos EUA se tornou sombria e a população pela primeira vez na história do "passou a ter dúvidas" sobre o futuro de seus filhos. "Para a maioria dos americanos que atualmente acredita que o futuro não será melhor do que o passado, posso lhes garantir isso: se Barack Obama for reeleito, vocês estarão certos", disse Romney.
AFP
Romney aceitou formalmente a indicação do Partido Republicano
Romney aceitou formalmente a indicação do partido
Ele lembrou que há quatro anos os americanos sentiram "um entusiasmo renovado" com a eleição de Obama, e mantiveram otimismo no futuro. Essa esperança, enfatizou, era compartilhada por cada família que buscava uma melhoria, cada pequeno comércio que tentava prosperar e cada graduado universitário à procura de trabalho. "Desejaria que o presidente Obama tivesse obtido êxito, porque quero que os EUA tenham êxito, mas suas promessas deram lugar a decepção e divisão", arrematou, arrancando aplausos.

Mórmon - Em um dos momentos mais pessoais de sua apresentação, Romney se referiu aos EUA como uma "nação de imigrantes" que vieram em busca de liberdade de religião e de oportunidade para construir suas vidas. O republicano citou, pela primeira vez desde o inicio da disputa eleitoral, a questão de ser mórmon. Ele afirmou que não há nada de estranho na religião e que o mais importante é "o dom do amor incondicional".

Política externa -
Tratando de forma breve das questões de política externa, Romney disse que o atual presidente foi fraco em diplomacia. Incapaz de ignorar o maior feito militar da administração de Obama, ele elogiou a equipe especial da Marinha que matou o terrorista Osama bin Laden. Contudo, para ele, os americanos ficaram menos seguros nos últimos quatro anos, pois o democrata "não conseguiu diminuir a ameaça nuclear iraniana". Segundo o candidato, o presidente relaxou as sanções ao regime cubano e tem deixado de lado o aliado Israel. "Nós vamos honrar os ideiais democráticos americanos porque um mundo livre é um mundo com mais paz". Ele afirmou que voltará com as políticas externas de Harry Truman e Ronald Reagan.

Clint Eastwood -
Antes do discurso principal, o ator, diretor de cinema e republicano convicto Clint Eastwood discursou e foi aplaudido com entusiasmo pelos correligionários. O ator simulou uma entrevista com Barack Obama e levou a plateia ao delírio, inclusive fingindo ser interrompido pelo atual presidente durante o monólogo: "Agora é a minha vez de falar".

Caio Blinder comenta o discurso de Mitt Romney:"A mensagem de Romney é a de que o país precisa de um conserto, após ter derrapado (e quase ter ido precicípio abaixo) nos desastres da era Bush e nos descaminhos de esperança e mudança do governo Obama. No entanto, parece um pouco frustrante colocar os destinos do país nas mãos de um mero, competente e experiente solucionador de problemas quando, ao mesmo tempo, a eleição de novembro é delineada como um contraste dramático entre visões de mundo."

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Lula se frustra com mobilização em seu apoio após os primeiros dias na cadeia O ex-presidente acreditou que faria do local de sua prisão um espaço de resistência política Compartilhar Assine já! SEM JOGO DUPLO Um Lula 3 teria problemas com a direita e com a esquerda (Foto: Nelson Almeida/Afp) O ex-presidente  Lula  pode não estar deprimido, mas está frustrado. Em vários momentos, antes da prisão, ele disse a interlocutores que faria de seu confinamento um espaço de resistência política. Imaginou romarias de políticos nacionais e internacionais, ex-presidentes e ex-primeiros-ministros, representantes de entidades de Direitos Humanos e representantes de movimentos sociais. Agora, sua esperança é ser transferido para São Paulo, onde estão a maioria de seus filhos e as sedes de entidades como a CUT e o MTST.
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estim...