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Mercado prevê corte de 0,5 ponto no juro

PIB ainda fraco e inadimplência em alta devem fazer com que o Banco Central reduza a taxa básica de juros (Selic) de 8% ao ano para 7,5% ao ano 

SÃO PAULO - O mercado financeiro aposta que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduzirá novamente a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto porcentual na reunião da semana que vem, nos dias 28 e 29. Se a projeção estiver certa, a taxa de juros cairá de 8% para 7,5% ao ano.
Das 81 instituições financeiras consultadas pelo AE Projeções, da Agência Estado, 80 estão com esta previsão de corte de meio ponto porcentual. O Banco Ribeirão Preto é a única instituição que diverge, apostando em uma redução de 0,25 ponto porcentual.
As previsões dos departamentos econômicos das instituições financeiras estão alinhadas às apostas das mesas de renda fixa. Qualquer decisão diferente de um corte de 0,5 ponto será uma grande surpresa para os economistas. Segundo eles, se vier algo diferente, é mais provável que o corte seja menor, de 0,25 ponto, e não de 0,75 ponto. Afinal, tanto os dados de inflação quanto os de atividade econômica começaram a vir mais fortes.
Para Mário Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora, há 70% de chance de o Copom diminuir a taxa em 0,50 ponto e 30% de a redução ser um pouco menor. "O BC pode surpreender e cortar 0,25 ponto", disse.
A justificativa para uma eventual redução dessa magnitude, segundo o economista, são os riscos de pressão inflacionária para este ano. "O impacto da alta das commodities agrícolas sobre os preços é questão de tempo", afirmou. Ele destaca a elevação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), que subiu 0,39% em agosto, após 0,33% em julho.
De todo modo, o cenário central do mercado é de que o Copom repetirá o script das reuniões recentes. "Não tem como fugir do corte de 0,5 ponto", disse o sócio-gestor da Leme Investimentos, Paulo Petrassi. "Ainda teremos um PIB fraco e inadimplência em alta, apesar do discurso da equipe econômica de que isso está melhorando", completou. Guilherme Loureiro, economista do Barclays, argumenta que, embora os dados recentes de atividade interna e da economia americana apontem melhora e o cenário de commodities traga algum risco para a inflação, o Copom deve, em agosto, dar continuidade ao que vem sendo feito na política monetária.
Para Loureiro, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre que será divulgado no dia 31 de agosto ainda virá fraco - a expectativa da instituição é de alta de 0,2%. "Acredito que esse hiato só fecha em meados do ano que vem", disse.
Expectativa. O que deve gerar alguma curiosidade é o conteúdo do comunicado do Banco Central. Caso se confirme o corte de 0,5 ponto do juro e já esteja nos planos do BC que o ciclo de afrouxamento monetário termina este mês, como acredita parte do mercado, o texto já deverá dar algum sinal sobre isso. "A comunicação deve ser supercrítica. Se o Banco Central não sinalizar nesta direção de que fechou o ciclo, reforça nossa hipótese de novo corte de outubro", afirmou Loureiro.
Nelson Rocha Augusto, do Banco Ribeirão Preto, justificou que a sua estimativa de um corte menor de juro está embasada em uma série de variáveis macroeconômicas, que compreendem, entre outros fatores, o cenário de inflação em alta, atividade econômica em aquecimento e um quadro fiscal que, se não chega a estar ruim, também não é dos melhores.
"Na nossa opinião, o BC deveria dar neste momento a menor redução possível para a Selic", disse. "Dessa forma, emitirá um sinal de responsabilidade com relação à questão da inflação e dará tempo para que todos os estímulos implementados nos últimos meses entrem em funcionamento".
Ele diz que o emprego está mais forte e a economia crescendo, e além disso a inflação está mais alta, o que tornaria arriscado manter os cortes elevados de juros. Ele cita o resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que apontou a surpreendente geração de 142.496 postos de trabalho em julho. "Vamos entrar num período sazonalmente favorável para o emprego", completou. "É importante aumentar o investimento e a confiança dos agentes econômicos, o que passa pela redução da volatilidade."

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