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Crise está apenas na metade, diz Moody’s

Para agência, reformas ainda não surtiram efeito na Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha

PARIS - A crise na Europa está apenas na metade. O diagnóstico foi feito nessa terça-feira pela agência de classificação de risco Moody’s em um relatório sobre a turbulência que atinge Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha desde 2008.
Segundo a agência, as reformas estruturais feitas até aqui não devolveram o equilíbrio necessário às economias da Europa, mas avançaram em áreas como a balança comercial e a competitividade do trabalho. A Moody’s elogia a queda do custo da mão de obra na Espanha, mas adverte que a Itália ainda está longe de recuperar a competitividade.
O relatório foi divulgado hoje pela agência americana. Segundo seus experts, as reformas estruturais nos países periféricos da zona do euro melhoraram o quadro de turbulência, "mas ainda não resolveram totalmente os desequilíbrios externos que se desenvolveram nesses países antes da crise", afirma a agência. "A correção está na melhor das hipóteses na metade, segundo cada país em questão, e poderá tomar ainda vários anos."
O documento da Moody’s serve também como panfleto em defesa das reformas estruturais na Europa – em linhas gerais marcadas por programas de privatização, redução do funcionalismo público, flexibilização do mercado de trabalho e redução do custo do trabalho. "Esta análise ilustra igualmente a importância fundamental das reformas estruturais para aumentar a competitividade de maneira sustentável", diz a agência, que considera essas medidas mais difíceis de serem adotadas do que a desvalorização do câmbio, o que em tese não pode acontecer de forma isolada em países da zona do euro.
Cortes
Enquanto investidores seguem esperando reformas na Europa, a Grécia continua anunciando cortes orçamentários e aumentos de impostos para enfrentar o risco de abandono da zona do euro. Ontem, o Ministério da Economia afirmou que o país terá de economizar mais € 2 bilhões nos próximos dois anos para se adequar às exigências impostas pela Comissão Europeia, pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Esse valor se soma aos € 11,5 bilhões que o país precisa encontrar para reduzir seu déficit público a 5,5% do Produto Interno Bruto nos próximos 24 meses.
Entre as medidas estudadas por Atenas está a extinção de 40 mil postos públicos. Os detalhes do novo plano de rigor, entretanto, ainda são mantidos em sigilo. Mas a diretriz é clara: reduzir os programas sociais do Estado. "A Grécia tem o estado de bem-estar social mais oneroso da zona do euro, e nós não podemos mais preservá-lo à custa de dinheiro emprestado", afirmou ontem o ministro grego de Finanças, Yannis Stournaras.
Para o executivo, que se encontra hoje em Bruxelas com Jean-Claude Juncker, coordenador do Eurogrupo – o fórum de ministros de Finanças da zona do euro –, Atenas precisa fazer o que for necessário para evitar um calote e sua consequente expulsão do rol de países que utiliza a moeda única. "Nós devemos continuar na zona do euro, porque é a única escolha que pode nos proteger de uma pobreza que jamais conhecemos", disse o ministro ao jornal Vima tis Kyriakis.
Nesta semana, o primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, realiza uma turnê por Berlim, Paris e Bruxelas. Seu objetivo: renegociar os prazos de reequilíbrio fiscal previstos no segundo plano de socorro ao país, que lhe garantiu um empréstimo recorde de € 130 bilhões.

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