Pular para o conteúdo principal

Incompetência do governo provocou rebaixamento da Petrobras, diz Aécio

Presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também tratou do tema. E afirmou que a decisão da Moody's 'já era esperada'

 
Aécio Neves critica governo sobre rebaixamento da Petrobras
Aécio Neves critica governo sobre rebaixamento da Petrobras .
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), atribuiu nesta quarta-feira o rebaixamento dos ratings da Petrobras para grau especulativo pela agência de classificação de risco Moody's à “incompetência do governo” e ao “aparelhamento da empresa”. A decisão da agência se deu diante das frequentes denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras, e também às pressões sobre a capacidade da estatal de honrar suas dívidas. Para a Moody’s, além do endividamento da empresa e do atraso na divulgação do balanço auditado da companhia, a perda do grau de investimento é justificada pela “preocupação crescente em relação às investigações de corrupção”.
Leia também: Ações da Petrobras despencam após Moody's rebaixar nota da empresa
A nota da dívida da Petrobras foi rebaixada em dois degraus para Ba2, ante Baa3. A Moody's manteve ainda a classificação da estatal em revisão para novo rebaixamento.
O rebaixamento ocorre após investigações da Polícia Federal apontarem um esquema bilionário de desvio de dinheiro por meio de contratos da estatal, no âmbito da Operação Lava Jato. Em decorrência da descoberta dos desvios, a empresa está com dificuldade de contabilizar perdas decorrentes de contratos suspeitos de corrupção. Assim, precisou publicar seu balanço do terceiro trimestre sem o aval da auditoria externa PricewaterhouseCoopers (PwC). A empresa terá de publicar logo mais os resultados do quarto trimestre e de 2014, mas ainda não se sabe se incorporará no relatório as estimativas de perdas contábeis e nem mesmo se ele terá a assinatura da PwC.
“O rebaixamento da Petrobras é um desastre provocado pela incompetência do governo. Uma empresa que até poucos anos era a que mais investia hoje é a que tem o maior endividamento do mundo. Isso ocorreu pelo excessivo intervencionismo do governo e pelo aparelhamento da empresa, culminando com o maior escândalo de corrupção de nossa história”, disse Aécio Neves.
Leia também:
Levy tentou reverter decisão da Moody's de tirar grau de investimento da Petrobras
Petrobras pretende publicar balanço auditado em maio

De acordo com o senador, o revés contra a Petrobras deve afetar também outras companhias brasileiras, já que será maior o custo de capitalização das demais empresas, e poderá colocar em risco o ajuste fiscal prometido pela presidente Dilma Rousseff caso o governo decida socorrer a petroleira. “Se o governo decidir socorrer a Petrobras, ajudando a pagar a dívida da empresa, o ajuste fiscal do país fica ainda mais prejudicado. Uma empresa com corpo técnico competente, que ainda é a empresa que mais investe em inovação, não merecia uma condução tão desastrosa, o que é exclusiva responsabilidade dos governos do PT”, disse Aécio.
Câmara – Ao chegar na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) também comentou o rebaixamento da Petrobras pela agência americana. Na avaliação dele, o resultado “já era uma coisa mais ou menos esperada”. “Quem conhece o mínimo de mercado sabe que isso iria acontecer.  Não são só as denúncias de corrupção que levaram a Petrobras a ter o rebaixamento. A empresa já passa por muitos problemas, não consegue nem sequer ter um balanço e ao mesmo tempo há a necessidade de investimento elevada que a Petrobras não consegue dar conta”, afirmou Cunha.
Para o presidente da Casa, o fato de a Petrobras não apresentar um balanço auditado é consequência para a queda do grau de investimento e serve como um alerta para se “repensar o papel” da estatal. “É grave e a sociedade vai acabar pagando um custo maior pela necessidade que a Petrobras terá de captar para investir”, disse

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular