Pular para o conteúdo principal

Dilma aceita credenciais da Venezuela e repete discurso de não interferência

Presidente Dilma Rousseff com a embaixadora da Venezuela, María Lourdes Urbaneja Durant

A política de dois pesos, duas medidas, continua. No mesmo dia em que recusou a credencial do embaixador da Indonésia para atuar no Brasil, Dilma Rousseff recebeu as credenciais da nova embaixadora venezuelana, Maria Lourdes Urbaneja Durant. A cerimônia foi realizada nesta sexta-feira, um dia depois da prisão do prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, um dos maiores críticos do governo de Nicolás Maduro. O opositor foi levado pela polícia chavista em uma ação truculenta, que envolveu vários homens e envolveu agressão ao político. Maduro disse que ele responderá pela vaga acusação de cometer "delitos contra a paz".
Questionada se não havia constrangimento em receber as credenciais da embaixadora de um país que executa prisões de políticos contrários ao governo, a presidente voltou a recorrer ao discurso de não interferência. "Não posso receber um embaixador baseado nas questões internas do país. Eu recebo os embaixadores baseado nas relações que estabelecem com o Brasil", declarou, acrescentando que "o foco" do Brasil é fundamentalmente as relações que mantém com aquele país.
Leia também:
Polícia chavista prende prefeito de Caracas, um dos líderes da oposição
Vídeo mostra momento da prisão do prefeito de Caracas
Protesto pede libertação do opositor López, preso há um ano
O próprio Ledezma cobrou várias vezes uma palavra de repúdio da presidente brasileira sobre os abusos sofridos pela oposição venezuelana. Durante a onda de protestos contra Maduro, no ano passado, ele postou: “Você esteve presa por três anos, sofreu um stress feroz, inimaginável, tal como sofrem nossos estudantes, Dilma. Não seja cúmplice, por favor".
Mas Dilma voltou a silenciar, e ainda fez questão de mostrar que a situação da Venezuela é completamente diferente da Indonésia, que já executou um brasileiro condenado por tráfico no mês passado e incluiu um segundo brasileiro na fila da morte, sem aceitar os apelos do governo brasileiro para transferi-lo para um hospital psiquiátrico. "O foco nosso é fundamentalmente essas relações e é isso que explica o fato da gente ter postergado o recebimento das credenciais da Indonésia".
(Com Estadão Conteúdo)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estim...
Lula se frustra com mobilização em seu apoio após os primeiros dias na cadeia O ex-presidente acreditou que faria do local de sua prisão um espaço de resistência política Compartilhar Assine já! SEM JOGO DUPLO Um Lula 3 teria problemas com a direita e com a esquerda (Foto: Nelson Almeida/Afp) O ex-presidente  Lula  pode não estar deprimido, mas está frustrado. Em vários momentos, antes da prisão, ele disse a interlocutores que faria de seu confinamento um espaço de resistência política. Imaginou romarias de políticos nacionais e internacionais, ex-presidentes e ex-primeiros-ministros, representantes de entidades de Direitos Humanos e representantes de movimentos sociais. Agora, sua esperança é ser transferido para São Paulo, onde estão a maioria de seus filhos e as sedes de entidades como a CUT e o MTST.