Luciano Coutinho continua à frente do BNDES, afirma Planalto
Em nota divulgada nesta tarde de quinta, a presidente Dilma Rousseff convidou o economista a permanecer no cargo
Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) durante coletiva de apresentação do programa "Brasil Maior" em Brasília (Wilson Dias/ABr/VEJA)
"A presidente Dilma Rousseff convidou, nesta quinta-feira (19), o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, a permanecer no cargo. O convite foi aceito", informou a nota divulgada no site.
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Coutinho assumiu a presidência do BNDES em maio de 2007, no lugar de Demian Fiocca, que ficou um ano no cargo e foi compor a equipe do então ministro da Fazenda, Guido Mantega. Desde então, o ritmo de desembolsos do banco de fomento triplicou, chegando perto de 200 bilhões de reais no ano passado, segundo previsões do próprio Coutinho.
O lucro da instituição, no entanto, cresceu em um ritmo muito menor. Em 2007, o lucro foi de 7,3 bilhões de reais. No ano passado até setembro, o lucro foi de 7,4 bilhões de reais, de acordo com os dados mais recentes.
A gestão de Coutinho foi marcada por seguir a orientação do governo federal de ampliar a concessão de empréstimos subsidiados, na tentativa de estimular a economia.
Nascido em 1946, em Pernambuco, Coutinho é formado em economia pela Universidade de São Paulo (USP). É mestre e doutor em Economia pela Universidade de Cornell (EUA). Coutinho não é oficialmente ligado a nenhum partido, mas foi peemedebista e já esteve filiado ao PSB. Hoje tem relação estreita com o PT.
Um dos cotados a assumir a liderança do banco de fomento no lugar de Coutinho era o vice-presidente de Varejo do Banco do Brasil, Alexandre Abreu. Contudo, Abreu acabou assumindo há duas semanas a presidência do próprio BB no lugar de Aldemir Bendine, que renunciou ao cargo para, por sua vez, presidir a Petrobras no lugar de Maria das Graças Foster.
Nova gestão - Com o anúncio de mudanças nas diretrizes de sua política operacional, Coutinho deve assumir um "novo" BNDES, mais enxuto e focado. Na prática, as taxas de juros subirão para as empresas e os juros subsidiados ficarão restritos a projetos prioritários, como infraestrutura, energia renovável, transporte coletivo urbano, transporte hidro e ferroviário e inovação tecnológica.
Sem caixa para turbinar o banco, o objetivo do governo é fazer com que a instituição precise de cada vez menos aportes do Tesouro Nacional, que nos últimos anos tornaram-se sua principal fonte de recursos. O lado negativo é que a ajuda acabou ampliando o rombo nas contas do governo.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)
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