Pular para o conteúdo principal
Estou lutando como posso’, disse refém americana em carta

A família de Kayla Mueller divulgou uma carta escrita quando ela já havia sido sequestrada pelo Estado Islâmico. A morte da refém foi confirmada nesta terça-feira

Kayla Jean Mueller, refém do EI
Kayla Jean Mueller, refém do EI (AFP/Reprodução)
Em uma carta enviada para familiares no primeiro semestre do ano passado, a americana Kayla Mueller tentou transmitir esperança mesmo na situação crítica que enfrentava. Sua morte foi confirmada pelo governo americano nesta terça-feira.
“Se eu ‘sofri’ com toda essa experiência foi em saber quanto sofrimento impus a vocês. Eu nunca vou pedir que me perdoem porque eu não mereço perdão”, escreveu. Em seguida, ela ressalta a falta que sente da família. “Sinto falta de vocês todos como se estivéssemos separados há uma década (...) Eu tive muitas horas para pensar como somente na ausência de vocês eu finalmente, aos 25 anos de idade, percebi o lugar que vocês ocupam em minha vida.”
Leia mais
Obama confirma morte de refém e promete punir terroristas
Piloto jordaniano é queimado vivo em novo vídeo macabro do EI
Estado Islâmico vende, crucifica e enterra crianças vivas no Iraque

A refém também tenta tranquilizar os parentes ao dizer que está em um “local seguro, totalmente sem ferimentos e saudável”. E pede que nas negociações sobre sua libertação não fiquem a cargo da família. “Isso nunca deve se tornar sua obrigação”.
“Nenhum de nós poderia saber que isso demoraria tanto, mas saibam que eu também estou lutando da forma que eu posso e tenho muito espírito de luta dentro de mim. Eu não vou cair, não vou desistir, não importa quanto tempo isso demore”, escreveu.
Ela encerra o texto pedindo paciência aos familiares. “Eu sei que vocês iriam querer que eu continuasse forte. Isso é exatamente o que eu estou fazendo. Não temam por mim, continuem a rezar. Se Deus quiser estaremos juntos em breve”.
A carta foi enviada por meio de outros reféns que foram liberados pelos terroristas. Kayla foi sequestrada em agosto de 2013, em Aleppo, na Síria, quando trabalhava com refugiados. Segundo a rede Fox News, ela foi levada junto com o namorado sírio, que foi liberado pelo Estado Islâmico dias depois. Ele teria voltado para tentar convencer os jihadistas a também liberarem a americana, sem sucesso, conforme uma fonte de segurança informou à emissora.
Familiares da refém disseram que o Estado Islâmico entrou em contato em maio com uma prova de que ela estava viva e a exigência do pagamento de um resgate de 7 milhões de dólares. O prazo dado pelo grupo terminou no dia 13 de agosto do ano passado. Não se sabe o que aconteceu depois dessa data.
Depois de se formar no Arizona em 2009, relatou a rede CNN, ela trabalhou com grupos humanitários no norte da Índia, em Israel e nos territórios palestinos. Ela voltou ao Arizona dois anos depois e foi voluntária em um abrigo para mulheres e também trabalhou em uma clínica para tratamento da aids. Depois de um ano como babá na França, ela viajou para a fronteira da Turquia com a Síria para atender a refugiados.
Na última semana, sem apresentar provas, o Estado Islâmico afirmou que Kayla morreu em um ataque aéreo da Jordânia que atingiu o prédio em que ela estava. O governo jordaniano, que prometeu vingança contra os terroristas depois da execução bárbara do piloto Moaz Kesasbeh, classificou a alegação do EI de ‘propaganda’. Nesta terça, ao confirmar a morte da refém, o presidente Obama jurou punir os terroristas responsáveis.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular