Líderes anunciam cessar-fogo na Ucrânia a partir de domingo
Líderes da Rússia, Ucrânia, Alemanha e França passaram quase 16 horas reunidos em Minsk negociando um acordo. Reunião teve momentos de tensão
Putin e Poroshenko se cumprimentam antes do encontro (AFP)
Apesar do cessar-fogo, o acordo final para o fim dos conflitos ainda não foi fechado. De acordo com a rede BBC, o presidente ucraniano considerou "inaceitáveis" algumas das condições pedidas por Moscou para assinar o acordo de paz. Poroshenko, no entanto, não detalhou quais seriam essas condições. Segundo fontes próximas das negociações, o acordo proposto por Kiev com o apoio de Berlim e Paris deve incluir a retirada das armas pesadas da região, a criação de uma zona desmilitarizada e abertura para um futuro estatuto para dar mais autonomia paras as regiões de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia.
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Também nesta quinta, os rebeldes separatistas pró-Rússia afirmaram que se recusam a assinar um acordo de cessar-fogo a menos que Kiev concorde em retirar as tropas da cidade de Debaltseve. Forças pró-Rússia no leste da Ucrânia aumentaram a pressão sobre Kiev lançando uns dos piores ataques da guerra perto da linha férrea da cidade de Debaltseve, no leste do país.
Tensão – Putin, Poroshenko, Hollande e Merkel ficaram reunidos em uma sala com imponentes colunas de mármore ao longo de 16 horas, somente com alguns intervalos para eles tomarem água e conversarem com assessores. Boa parte das conversas foi em russo, já que além de Putin e Poroshenko, a língua também é falada por Angela Merkel. A chanceler alemã cresceu e estudou na ex-Alemanha Oriental comunista, que era fortemente influenciada por Moscou e adotava o russo como uma disciplina obrigatória em suas escolas.
No início do encontro, Putin e Poroshenko, com o semblante muito sério, apertaram as mãos nos corredores do imenso palácio presidencial de Belarus, rodeados por Merkel e Hollande. Posteriormente, uma jornalista da agência France-Presse presenciou, através de uma porta entreaberta, uma acalorada discussão entre os presidentes russo e ucraniano. Os dois estavam de pé e Poroshenko chegou, inclusive, a deixar a sala, embora depois tenha voltado.
Nas zonas de combate terreno, pelo menos 49 pessoas, civis e militares, morreram entre a terça e a quarta-feira no leste da Ucrânia. Seis civis morreram em Donetsk, reduto dos separatistas, em um ataque contra um ponto de ônibus e uma metalúrgica. O exército ucraniano anunciou ter perdido pelo menos dezenove soldados nas últimas 24 horas. A guerra civil na Ucrânia, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), já matou mais de 5.000 pessoas, entre civis e combatentes, desde meados de abril de 2014. Os conflitos também provocaram, além disso, o êxodo de centenas de milhares de refugiados.
(Com agências Reuters e France-Presse)
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