Pular para o conteúdo principal

Youssef pede para prestar novo depoimento à Justiça

Na primeira oportunidade, o doleiro preferiu manter silêncio na ação penal em que é acusado de lavagem de dinheiro por operações simuladas de comércio exterior

 
Novo depoimento – Depois de ficar em silêncio em primeiro oitiva de ação penal, o doleiro Alberto Youssef quer falar
Novo depoimento – Depois de ficar em silêncio em primeiro oitiva de ação penal, o doleiro Alberto Youssef quer falar.
O doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores do escândalo do petrolão, apresentou à Justiça pedido para que possa prestar novo depoimento às autoridades e esclarecer as acusações de que ele utilizou sua organização criminosa para retirar do país 444,6 milhões de dólares em operações simuladas de comércio exterior por laboratórios de fachada.
Esse é um dos processos em que o doleiro é réu. A ação estava paralisada à espera da homologação da delação premiada firmada por Youssef. Agora, o pedido de novo depoimento será analisado pelo juiz Sérgio Moro, que também precisará decidir se acolhe o pedido da Procuradoria da República no Paraná para que a pena do doleiro, neste caso específico, seja reduzida pela metade.
Leia também: Operador da Lava Jato diz à Justiça que mora na Suíça
Justiça aceita denúncia contra Cerveró por lavagem de dinheiro
'Teremos disputas se PT não quiser investigar', diz indicado a presidir CPI

“Alberto Youssef reitera o seu compromisso de colaborar com a Justiça, esclarecendo a verdade dos fatos para que esse órgão julgador possa sentenciar os eventos supostamente delitivos constantes na incoativa da maneira mais justa e correta”, disse a defesa do doleiro ao apresentar o pedido para novo depoimento.
Quando foi convocado para prestar depoimento originalmente, Alberto Youssef preferiu permanecer calado.
Vingança – A renovada intenção do doleiro está longe de ser um desejo genuíno de colaborar com a Justiça. Os advogados do doleiro querem aproveitar os depoimentos para falar de crimes praticados pelo doleiro Leonardo Meirelles, um dos réus da mesma ação penal. Youssef quer complicar a situação de Meirelles desde que foi acusado pelo ex-comparsa de ter escondido dinheiro e bens do acordo de delação premiada fechado com o Ministério Público Federal. Se comprovado que Youssef omitiu patrimônio, ele perde os benefícios do pacto feito com a Justiça.
De acordo com a acusação nesta ação penal, paralelamente ao esquema de lavagem de dinheiro para as maiores empreiteiras do país e da Petrobras, Youssef e outras seis pessoas retiraram ilegalmente do Brasil 444,6 milhões de dólares por meio de 3.649 operações fraudulentas. A atuação do grupo envolvia a movimentação financeira por meio de importações fictícias e celebração de contratos de câmbio por empresas de fachada, como os laboratórios Labogen, e remessas a bancos na China, Coreia, Canadá, Taiwan, Índia, Uruguai, Estados Unidos, Itália, Hong Kong, Ucrânia, Bélgica, Liechtenstein e Costa Rica. O destino do dinheiro eram offshores controladas pelos acusados.​

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular