Moody's rebaixa a nota da Petrobras para grau especulativo
Com o rebaixamento, ações da empresa deixam de ser compra segura para investidores
Petrobras perde o grau de investimento dado pela agência Moody's (/AFP)
Segundo a Moody's, o rebaixamento reflete a crescente preocupação com as investigações da Operação Lava Jato e as pressões sobre a capacidade da estatal de honrar suas dívidas. A agência aponta que a atual situação financeira da Petrobras, cujo endividamento ultrapassa 300 bilhões de reais, pode levar ao calote de alguns de seus credores. Por isso a empresa não deve permanecer no rol de companhias com grau de investimento, diz a agência. "O rebaixamento também reflete a expectativa da Moody's de que a empresa será obrigada a fazer reduções significativas na estrutura de sua dívida nos próximo ano", afirma a nota emitida pela Moody's.
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O rebaixamento era aguardado pelo mercado não só pelo alto endividamento da estatal, mas também pela necessidade que a empresa terá de reduzir seu plano de investimentos ao longo dos próximos anos. As perdas contábeis decorrentes da corrupção que se alastrou sobre a companhia pesam sobre a decisão da agência. Mas a dificuldade maior está na incerteza se a Petrobras conseguirá ou não honrar os compromissos de sua dívida com credores, já que, com menos projetos, consequentemente gerará menos caixa. A Moody's foi a primeira das três grandes agências (as outras são Fitch e Standard and Poor's) a rebaixar a nota da Petrobras.
Para se ter uma ideia do peso do rebaixamento, nem quando a General Motors passou por seu pior momento, durante a crise financeira de 2008, e teve de ser resgatada pelo governo americano, sua nota foi rebaixada pelas agências a grau especulativo.
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A Moody's afirmou, em nota, que tem acompanhado as informações de que a Petrobras deve divulgar seu balanço auditado pela consultoria PriceWaterhouseCoopers no final de maio. Contudo, afirma que não há indícios suficientes de que a data se cumprirá. "A Moody's entende que a empresa está direcionando seus esforços para trabalhar com auditores e divulgar os balanços assim que possível, e que também está agindo para melhorar sua liquidez. Contudo, a Moody's não enxerga, ainda, nenhum sinal confiável de que os balanços estarão disponíveis em nenhuma data próxima", afirma a nota.
Num processo truculento, a estatal trocou, no início deste mês, toda a sua diretoria — incluindo a presidente Graça Foster, que foi substituída pelo então presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine. O novo chefe da estatal assumiu o compromisso de rever o cálculo das baixas contábeis decorrentes dos desvios e publicar o balanço de 2014 com o aval de uma auditoria.
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