Vídeo mostra momento da prisão do prefeito de Caracas
Presidente Nicolás Maduro anuncia em rede nacional que o opositor Antonio Ledezma foi 'capturado e responderá por delitos contra a paz'
O prefeito de Caracas, Antonio Ledezma fala em uma coletiva de imprensa Caracas, na Venezuela - 13/02/2015 (Miguel Gutierrez/EFE)
Na tarde desta quinta-feira, Ledezma, um dos principais críticos do chavismo, foi levado do escritório que ocupa na sede de seu partido por agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin, a polícia política venezuelana), em uma ação que teve a participação de dezenas policiais.
O momento da prisão foi captado por câmeras de segurança. Nas imagens, é possível ver o prefeito de 59 anos de idade sendo empurrado pelo corredor e levado até um elevador pelos policiais.
Horas depois da prisão, nenhuma autoridade havia falado a respeito. Também não se sabia o paradeiro do político opositor. Sua mulher, Mitzy, relatou nas redes sociais que Ledezma havia sido agredido e cobrou informações. “Responsabilizo Maduro pela vida do meu marido”, escreveu.
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Há uma semana, Maduro falou que uma tentativa de golpe foi frustrada. Sem apresentar provas, o governo afirmou que treze pessoas, incluindo um general na reserva, foram presas por envolvimento no suposto golpe, que incluiria até mesmo planos de bombardear prédios públicos. O prefeito do município Libertador de Caracas, o chavista Jorge Rodríguez, acusou Ledezma e o deputado opositor Julio Borges de serem autores intelectuais da tentativa de golpe.
O presidente do parlamento venezuelano, o governista Diosdado Cabello, declarou que no suposto complô estavam envolvidos os opositores Ledezma, Borges, María Corina Machado e Diego Arria, ex-embaixador da Venezuela na ONU.
Abusos – A prisão de Ledezma é mais uma das barbaridades cometidas contra opositores na Venezuela. Ao reprimir os manifestantes que foram às ruas no ano passado em protestos contra a alta criminalidade, a escassez de produtos básicos, a inflação galopante, as forças de segurança do Estado e as milícias paramilitares espalharam o terror entre os cidadãos. Houve milhares de prisões arbitrárias e muitos relatos de tortura. Mais de quarenta pessoas morreram.
Várias vozes se levantaram contra a situação. A ONG Human Rights Watch denunciou que as violações de direitos humanos não foram casos isolados, mas um padrão sistematicamente aplicado em diferentes locais do país, com a conivência de juízes e promotores. O Comitê contra a Tortura da ONU acusou a Venezuela de ser responsável pela tortura, maus-tratos e humilhações a mais de 3.000 presos.
Ao jornal Financial Times, Nizar El Fakih, do Centro de Direitos Humanos da Universidade Andrés Bello, em Caracas, disse que a maioria foi presa sem acusação e muitos dos que foram liberados precisam cumprir medidas que restringem sua liberdade
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