Vazamento mal controlado é 1ª hipótese de investigação
Relatos preliminares sugerem que explosão de navio-plataforma no ES ocorreu após técnico que pensara ter consertado vazamento deixar casa de bombas
Navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus (BW Offshore/EFE)
Segundo informações recebidas pelos investigadores de testemunhas, um técnico que trabalhava na manutenção do navio-plataforma detectou um princípio de vazamento, pensou ter consertado o problema e saiu para almoçar. Pouco tempo depois, a casa de bombas explodiu. Essa versão, porém, carece de detalhes e de comprovação. Até porque suscita algumas dúvidas que os técnicos que trabalham na gestão da crise dentro da estatal ainda estão tentando esclarecer.
A primeira questão é: normalmente, por ser um local sensível, onde ficam os equipamentos que controlam a entrada de gás na plataforma, não há circulação de pessoas na casa de bombas. Apenas funcionários de manutenção e regulagem dos equipamentos entram ali. Na maior parte do tempo, o local fica vazio. Sendo assim, como a explosão atingiu 19 pessoas?
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Outra dúvida: toda casa de bombas tem censores que detectam vazamento de gás e de fogo. A primeira versão que circulou na sala de crise da Petrobras indicava que um alarme de vazamento ecoou no navio-plataforma pouco antes da explosão. Nesse caso, a questão a ser respondida é como o técnico que fora controlar o vazamento teria deixado o local certo de que o problema fora resolvido?
Considerando a última situação, uma outra hipótese pode vir a ganhar força entre os técnicos envolvidos nas investigações: a de que, ao ouvir soar o alarme, a brigada de incêndio tenha corrido para o local e sido surpreendida pela explosão. Em regra, a brigada de incêndio de uma plataforma tem cerca de 12 pessoas.
Depois do acidente, o Cidade de São Mateus foi esvaziado e todos os circuitos de luz e de gás foram desligados. Cerca de 40 pessoas foram retiradas do navio-plataforma durante o dia. Permanece no local apenas um grupo muito pequeno de funcionários essenciais à operação.
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