Empreiteira pediu a Cardozo munição para anular provas
Advogados da Odebrecht se reuniram com o ministro da Justiça para questionar a legalidade de informações obtidas sobre a empresa na Suíça
Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o novo bombeiro do PT (Reuters)
A defesa da Odebrecht suspeita que os procuradores conseguiram informações bancárias da empreiteira no país europeu antes que o Ministério da Justiça apresentasse às autoridades suíças um pedido de colaboração. Se isso for confirmado, a empresa poderá recorrer à Justiça para anular as provas. A legislação determina que informações coletadas em outros países só podem ser usadas no Brasil após passar por trâmites legais intermediados pelo Ministério.
Leia também: As conversas impróprias do ministro da Justiça
No Twitter, Barbosa cobra demissão imediata de Cardozo
Panelaço contra Cardozo
Após ouvir o questionamento dos advogados, o ministro teria sugerido que formalizassem uma solicitação para obter mais detalhes sobre a cooperação com a Suíça. O Ministério ainda não respondeu ao pedido. Na mesma ocasião, a defesa também registrou em ata uma reclamação sobre supostos vazamentos da investigação conduzida pela Polícia Federal do Paraná.
A petição contesta duas visitas dos procuradores à Suíça, em novembro de 2014 e em janeiro deste ano. "Não se sabe quando, por quem, em que termos e por quais fundamentos tais diligências foram autorizadas, e nem mesmo se houve prévia tramitação do indispensável pedido de cooperação às autoridades suíças", escreveram os advogados.
A Procuradoria Geral da República disse estar "tranquila" quanto à legalidade das provas obtidas na Suíça, pois as duas viagens foram intermediadas pelo órgão central de cooperação internacional. No país europeu, eles tiveram acesso a informações que julgaram ser úteis no processo e fizeram pedidos formais ao Ministério para que as provas fossem enviadas para o Brasil.
Após reportagem de VEJA revelar que o ministro se lançou numa ofensiva para acalmar as empreiteiras envolvidas no petrolão, Cardozo se defendeu nesta quinta-feira, dizendo que "em nenhum momento tocou-se na possibilidade de o governo ajudar a libertação de presos". "Eu disse: 'me façam uma representação que eu apuro'. "A quem eles tinham que dirigir essa representação. Ao juiz? Não. Ao Ministério da Justiça, porque a Polícia Federal está subordinada ao Ministério da Justiça", completou.
Comentários
Postar um comentário