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Na cadeia, Donadon enfrenta novo processo de cassação

Conselho de Ética da Câmara aprovou, em votação unânime, decisão que determina a perda de mandato do primeiro parlamentar-presidiário do país

 
 
 Natan Donadon é escoltado até carro para voltar ao presídio da Papuda, onde cumpre pena, após Câmara manter seu mandato
O deputado Natan Donadon é levado algemado para o Penitenciária da Papuda após ser absolvido pela Câmara .
Apesar de ter se livrado da cassação em agosto, na vexatória votação que criou o primeiro deputado-presidiário do Brasil, Natan Donadon (RO) pode enfrentar um novo processo de perda de mandato. Nesta quarta-feira, o Conselho de Ética da Câmara aprovou, em votação unânime, parecer que determina o afastamento do parlamentar dos quadros da Casa. O caso agora seguirá para análise do plenário.
O caso de Donadon voltou a ser discutido após o Conselho de Ética da Casa ter iniciado um processo por quebra de decoro. De acordo com o relator, José Carlos Araújo (PSD-BA), ao criar a figura do deputado-presidiário, a Casa passou a ostentar uma “inusitada e inaceitável situação de extrema fragilidade institucional” e pagou um “alto preço de desgaste por conta de uma decisão considerada corporativista”.
Ainda assim, houve quem tentou impedir o novo julgamento contra Donadon. O deputado Roberto Teixeira (PP-PE) chegou a pedir vista, o que adiaria a votação do relatório. No entanto, após pressão do colegiado, ele recuou e votou favorável à cassação.
Voto aberto – Com a aprovação no Conselho de Ética, abre-se prazo de cinco dias para a defesa apresentar recursos. Caso isso não aconteça, o processo contra Donadon será imediatamente levado para uma nova análise em plenário.
A expectativa é que com a promulgação da Proposta de Emenda à Constituição do voto aberto para cassações, que está agendada para esta quinta-feira, os parlamentares não tenham coragem de assumir a responsabilidade de manter o mandato de Donadon numa votação às claras. Amparados no voto sigiloso, 131 deputados pouparam o parlamentar em junho.
Outros quatro deputados devem ter o mesmo destino: os mensaleiros Valdemar Costa Neto (PR-SP), José Genoino (PT-SP), João Paulo Cunha (PT-SP) e Pedro Henry (PP-MT) também vão ser julgados em voto aberto.

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