Tailândia: manifestantes invadem ministério para exigir saída de premiê
Primeira-ministra prorroga lei de emergência para tentar conter protestos
Policiais observam protesto em Bangkok (EFE )
Os protestos são contra um projeto de lei apoiado pelo governo que pretende conceder uma anistia ao irmão da premiê, o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra. Com isso, ele não precisaria cumprir os dois anos de prisão por corrupção que lhe foram impostos à revelia. Thaksin foi condenado em 2008, dois anos depois de ser derrubado em um golpe militar. Desde então ele tem vivido fora do país.
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Líderes dos manifestantes afirmam que a primeira-ministra Yingluck não passa de um fantoche do irmão. Aos gritos de "Fora Thaksin, o exército está conosco", alguns manifestantes pediram a intervenção militar em um país que viveu dezoito golpes de Estado desde o estabelecimento da monarquia constitucional em 1932.
Após invadirem o ministério, cerca de 400 manifestantes passaram a se aglomerar em frente ao Departamento de Relações Públicas, uma ramificação do gabinete do primeiro-ministro responsável pelas publicações oficiais do governo. Em reação aos protestos desta segunda, o governo prorrogou a vigência de uma lei emergencial de segurança que inclui interdição de ruas e imposição de toque de recolher.
As manifestações evidenciaram a profunda divisão no país. Yingluck Shinawatra foi eleita em 2011, com apoio da população rural. A maior parte dos apoiadores de seus adversários está nas áreas urbanas e integra a classe média. Em 2010, milhares de partidários de Thaksin ocuparam o centro da capital durante dois meses para exigir a saída do governo dirigido pelo chefe do Partido Democrata, Abhisit Vejjajiva. A crise resultou em noventa mortes. Quase 2.000 pessoas ficaram feridas.
Nesta segunda, os Estados Unidos expressaram preocupação com o aumento da tensão política na Tailândia e pediram que governo e manifestantes resolvam as diferenças por meio do diálogo pacífico. "Nós pedimos a todos os lados que evitem a violência e respeitem o Estado de direito", disse a porta-voz do Departamento de Estado Jen Psaki em comunicado. "Violência e tomada de propriedades públicas e privadas não são meios aceitáveis para resolver diferenças políticas", acrescentou.
(Com agência France-Presse)
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