Papa vai ajudar Arquidiocese do Rio a pagar dívida
Vaticano negocia financiamento para sanar rombo de R$ 90 milhões deixado depois da Jornada Mundial da Juventude
Com uma dívida considerada "impagável" pelo Vaticano, a Arquidiocese do Rio de Janeiro será socorrida por um financiamento do papa Francisco por causa do rombo deixado depois da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). O Estado apurou que a Santa Sé deverá contribuir com um "valor significativo" e está negociando os termos e os valores do resgate.
Se o evento, realizado entre os dias 23 e 28 de julho deste ano, foi um sucesso total para a imagem do papa em sua primeira viagem internacional, o Vaticano e o papa pessoalmente ficaram preocupados diante da falta de controle com os gastos, justamente em um pontificado marcado pela austeridade e as ordens do pontífice aos sacerdotes para que evitem exageros.
A Jornada da Juventude no Rio acabou custando R$ 350 milhões. Parte do valor foi pago com as inscrições dos participantes. Recursos públicos também foram usados, num total de R$ 118 milhões entre os três níveis da administração. Só o governo federal teve de arcar com R$ 57 milhões.
Ainda assim, o evento terminou com uma dívida de R$ 90 milhões para a Arquidiocese do Rio, que era a responsável pela Jornada.
No Vaticano, o sinal de alerta foi dado quando a Santa Sé foi informada de que a Arquidiocese vendeu um imóvel onde funciona o Hospital Quinta D'Or, em São Cristóvão, na zona norte. Com a venda, foram arrecadados R$ 46 milhões.
Fontes na Itália confirmaram ao Estado que de fato a situação do rombo obrigou o Vaticano a negociar uma solução para a Arquidiocese do Rio. Mas não sem antes fazer exigências sobre o controle das contas e deixar claro que, para os próximos eventos, as cidades e arquidioceses terão de adotar outros padrões.
O papa e seu entorno não teriam ficado satisfeitos com as notícias do buraco nas contas, principalmente porque consideraram que alguns dos gastos não foram justificados.
Guaratiba. O Vaticano também não entendeu como os organizadores permitiram a confusão operacional em relação às obras em Guaratiba, onde ocorreria a última missa. As chuvas obrigaram o evento a ser transferido para a Praia de Copacabana. Mas os custos não foram recuperados. Só com a dragagem de rio em Guaratiba, a prefeitura gastou R$ 6 milhões.
Antes da viagem do papa, o Vaticano havia minimizado a questão dos custos. "Há 30 anos se fala disso (sobre o uso de verba pública) e nada disso é novo", declarou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, na ocasião.
Para Lombardi, o dinheiro movimentado para a preparação do evento ficaria no próprio país. "Com frequência, quando há gastos, eles são destinados a pagar por um trabalho. Não é que se jogue nada pela janela, ao mar. Serão dados (recursos) a quem trabalha para atender a ordem pública e para construir as estruturas necessárias. De fato, é dinheiro que beneficia quem realiza certos serviços no campo do bem comum para esse grande evento e interessa a maior parte da população", justificou. "Não são recursos desperdiçados."
Se o evento, realizado entre os dias 23 e 28 de julho deste ano, foi um sucesso total para a imagem do papa em sua primeira viagem internacional, o Vaticano e o papa pessoalmente ficaram preocupados diante da falta de controle com os gastos, justamente em um pontificado marcado pela austeridade e as ordens do pontífice aos sacerdotes para que evitem exageros.
A Jornada da Juventude no Rio acabou custando R$ 350 milhões. Parte do valor foi pago com as inscrições dos participantes. Recursos públicos também foram usados, num total de R$ 118 milhões entre os três níveis da administração. Só o governo federal teve de arcar com R$ 57 milhões.
Ainda assim, o evento terminou com uma dívida de R$ 90 milhões para a Arquidiocese do Rio, que era a responsável pela Jornada.
No Vaticano, o sinal de alerta foi dado quando a Santa Sé foi informada de que a Arquidiocese vendeu um imóvel onde funciona o Hospital Quinta D'Or, em São Cristóvão, na zona norte. Com a venda, foram arrecadados R$ 46 milhões.
Fontes na Itália confirmaram ao Estado que de fato a situação do rombo obrigou o Vaticano a negociar uma solução para a Arquidiocese do Rio. Mas não sem antes fazer exigências sobre o controle das contas e deixar claro que, para os próximos eventos, as cidades e arquidioceses terão de adotar outros padrões.
O papa e seu entorno não teriam ficado satisfeitos com as notícias do buraco nas contas, principalmente porque consideraram que alguns dos gastos não foram justificados.
Guaratiba. O Vaticano também não entendeu como os organizadores permitiram a confusão operacional em relação às obras em Guaratiba, onde ocorreria a última missa. As chuvas obrigaram o evento a ser transferido para a Praia de Copacabana. Mas os custos não foram recuperados. Só com a dragagem de rio em Guaratiba, a prefeitura gastou R$ 6 milhões.
Antes da viagem do papa, o Vaticano havia minimizado a questão dos custos. "Há 30 anos se fala disso (sobre o uso de verba pública) e nada disso é novo", declarou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, na ocasião.
Para Lombardi, o dinheiro movimentado para a preparação do evento ficaria no próprio país. "Com frequência, quando há gastos, eles são destinados a pagar por um trabalho. Não é que se jogue nada pela janela, ao mar. Serão dados (recursos) a quem trabalha para atender a ordem pública e para construir as estruturas necessárias. De fato, é dinheiro que beneficia quem realiza certos serviços no campo do bem comum para esse grande evento e interessa a maior parte da população", justificou. "Não são recursos desperdiçados."
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