UE deve reduzir sanções ao Irã já em dezembro
O Congresso dos EUA se mantém cético e pode votar pela aplicação de novas sanções aos iranianos
A partir da esq. O chanceler iraniano, Mohamed Zarif; a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton; o secretário de Estado dos EUA, John Kerry; e o chanceler francês, Laurent Fabius, comemoram em Genebra
Segundo Fabius, a flexibilização das sanções será limitada, específica e reversível, de forma que voltem a valer caso o Irã não cumpra seus compromissos. Ele detalhou que restrições impostas a investimentos na indústria automobilística do Irã estarão entre as sanções a serem abrandadas no mês que vem. No ano passado, as montadoras francesas Peugeot Citroën e Renault fecharam operações no Irã após a UE ampliar sanções ao país.
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Ceticismo nos EUA – Os legisladores americanos dos dois partidos majoritários, Democrata e Republicano, afirmaram neste domingo que eles estão céticos sobre o cumprimento do acordo nuclear pelo Irã e disseram que o Congresso deve se preparar para reforçar as penalidades econômicas sobre os iranianos caso o acordo não seja cumprido. O senador democrata e presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos, Robert Menedez, afirmou que planejaria um novo pacote de sanções caso o Irã violasse o acordo provisório.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, convenceu a liderança do Senado a adiar a medida enquanto os negociadores perseguiam um acordo. O líder democrata no Senado Harry Reid concordou com o pedido, mas disse que novas sanções seriam anunciadas em dezembro. O senador democrata Chuck Schumer disse que estava desapontado com o acordo, o qual classificou como "desproporcional". "Este acordo torna mais provável que democratas e os republicanos anunciem sanções adicionais em dezembro", afirmou Schumer. "Agora há uma necessidade ainda mais urgente de o Congresso aumentar as sanções até que o Irã abandone completamente o seu programa nuclear", completou o senador republicano Marco Rubio.
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Na Câmara, a postura desconfiada parece ser a mesma. Para o deputado democrata Steny Hoyer, a ameaça de sanções mais rígidas poderia ajudar a manter os diplomatas iranianos na mesa de negociações para impedir que o país produzisse uma arma nuclear. "É conveniente que esperemos seis meses para dizer a eles que é necessário um acordo final. Se eles não aceitarem o acordo final, aplicaremos as sanções mais duras", explicou Hoyer. O líder republicano da Câmara, John Boehner, também considerou que a suspensão das atividades nucleares pelo Irã por seis meses devem ser encaradas com ceticismo.
Acordo – Na madrugada deste domingo, o Irã fechou um acordo histórico com os Estados Unidos e outras seis potências mundiais, aceitando congelar temporariamente seu programa de enriquecimento de urânio. É o avanço mais significativo das negociações entre Washington e Teerã em mais de três décadas. O presidente iraniano, Hassan Rohani, endossou o acordo, que implica na suspensão das atividades nucleares por seis meses em troca de alívio limitado e gradual das sanções, incluindo o acesso aos 4,2 bilhões de dólares gerados pelas vendas de petróleo que estão retidos em instituições financeiras fora do Irã. O período de seis meses dará aos diplomatas tempo para negociar um pacto mais abrangente.
(Com agência EFE e Estadão Conteúdo)
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