Acordo com Irã embaralha as cartas da geopolítica
Possíveis consequências do pacto assinado com potências movimentam o xadrez diplomático do norte da África e do Oriente Médio
A partir da esq. O chanceler iraniano, Mohamed Zarif; a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton; o secretário de Estado dos EUA, John Kerry; e o chanceler francês, Laurent Fabius, comemoram em Genebra (AFP)
De imediato, o pacto desagradou Israel e Arábia Saudita, inimigos do Irã que ficaram desapontados com o aliado Estados Unidos. Descrentes de que o regime dos aiatolás vá cumprir as exigências do documento atual ou negociar algo mais abrangente, os dois países também veem reduzida sua influência sobre o governo americano e temem um fortalecimento da república islâmica na região.
O analista Elbridge Colby, consultor privado da CNA e ex-conselheiro da Secretaria de Defesa dos EUA, afirma que as preocupações de Israel e dos países do Golfo Pérsico, como a Arábia Saudita, vão além do programa nuclear iraniano. “Eles temem que o Irã esteja buscando alcançar a hegemonia regional. Estas nações do Oriente Médio estão muito preocupadas com o apoio do Irã a Assad e com as ligações de Teerã com o Hezbollah. Assim, entre os protagonistas da região, há uma pergunta: ‘O acordo vai permitir ou prejudicar a capacidade do Irã de dar sequência a seus objetivos?’ Eu não tenho resposta para essa questão”, disse ao site de VEJA.
Possíveis consequências do acordo
Síria – Atualmente, sauditas e iranianos travam uma corrida para fornecer armas para os atores da guerra civil na Síria, com os primeiros ao lado dos rebeldes e o Irã apoiando o ditador Bashar Assad. O aumento da influência do Irã no explosivo cenário da região se fez sentir na semana passada, quando terroristas realizaram um atentado contra a embaixada do país no Líbano, em represália ao apoio dado ao ditador e ao grupo terrorista Hezbollah, rival da facção responsável pelo ataque – que, por sua vez, é ligada à Al Qaeda.
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