Papa Francisco indica plano de reforma da Igreja
Um dos mais aguardados documentos do pontificado do papa Francisco, a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (A Alegria do Evangelho), foi apresentado nesta terça-feira no site oficial do Vaticano. Baseado nas conclusões do documento preparatório para Sínodo de Bispos sobre a Nova Evangelização, o documento de mais de 100 páginas traz as reflexões e indica os planos de reforma do sumo pontífice para a Igreja Católica. Entre as críticas de Francisco, destacam-se sua decepção com o que chamou de "economia de exclusão" e com o comodismo de alguns padres e agentes evangelizadores. O papa cobra também maior participação das mulheres na Igreja.
Sobre a “economia de exclusão”, segundo o papa argentino, “assim como o mandamento de ‘não matar’ coloca um limite claro para garantir o valor da vida humana, hoje temos de dizer ‘não a uma economia de exclusão e desigualdade’. Essa economia mata. (...) Hoje, tudo está dentro do jogo e da competitividade, onde o forte come o fraco. Como resultado, grandes massas da população são excluídas e marginalizadas: sem emprego, sem horizontes”. Para Francisco, os “excluídos não são explorados, mas resíduos, excedentes".
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Uma das razões para esta situação, ainda de acordo com o documento, reside na relação que estabelecemos com o dinheiro. Para o papa, “pacificamente aceitamos o domínio do dinheiro sobre nós e nossas sociedades”. “A crise financeira que estamos enfrentando nos faz esquecer que no início há uma profunda crise antropológica: a negação do primado do ser humano! Criamos novos ídolos”. (...) “A crise global que afeta as finanças e a economia mostra seus desequilíbrios e, acima de tudo, a grave falta de orientação antropológica que reduz o ser humano a uma das suas necessidades: o consumo”.
Sobre os desafios da Igreja no mundo atual, Francisco afirma que a “humanidade está em um momento uma mudança histórica”, com avanços significativos no campo da saúde, educação e comunicação. “Estamos na era do conhecimento e da informação”, escreveu. Porém, o papa ressalta que há muitos “homens e mulheres do nosso tempo vivendo precariamente diariamente, com consequências terríveis”.
Criticas a Igreja – Criticando a comodidade dos sacerdotes, Francisco afirma que a passividade é fruto do "pragmatismo cinza da vida cotidiana da Igreja, em que aparentemente tudo prossegue normalmente, mas na realidade a fé está se deteriorando e degenerando em mesquinhez". Para ele, essa postura torna os cristãos “múmias de museu”. Para mudar esse panorama, o papa adverte: “Não vamos roubar a alegria da evangelização!”. Para ele, é perceptível em muitos agentes de pastoral uma preocupação “exacerbada pelos espaços pessoais de autonomia”, o que leva a tarefas como um mero apêndice da vida, sem a real dedicação que o catolicismo merece.
Segundo a Exortação Apostólica, a cultura midiática e alguns círculos intelectuais, por vezes, transmitem uma mensagem de desconfiança em relação á Igreja, provocando decepção. “Como resultado, muitos agentes pastorais desenvolvem uma espécie de complexo de inferioridade que os leva a relativizar ou ocultar a sua identidade e crenças cristãs. Um círculo vicioso é então produzido, porque se eles não estão felizes com o que fazem, não se identificam com a sua missão evangelizadora, isso enfraquece a entrega”, diz o documento.
Mulheres – O papa Francisco não concede às mulheres a possibilidade de sacerdócio, mas considera “que elas devem ter um maior espaço e uma presença mais incisiva” na Igreja Católica. O sumo pontífice assegura que “a Igreja reconhece a indispensável contribuição da mulher na sociedade”, pois “a sensibilidade, a intuição e capacidades peculiares costumam ser mais próprias das mulheres que dos homens”.
Jorge Bergoglio explica que já há mulheres que compartilham responsabilidades pastorais junto com os sacerdotes, mas também reconhece que é necessário ampliar os espaços para a presença feminina. ”Porque o gênero feminino é necessário em todas as expressões da vida social, por isso que é preciso garantir a presença das mulheres também no âmbito laboral e nos diversos lugares onde são tomadas as decisões importantes, tanto na Igreja como nas estruturas sociais”, acrescenta o pontífice argentino.
Evangelização – A Exortação Apostólica também foi entregue a alguns artistas ”para ressaltar o valor da beleza como forma privilegiada de evangelização”, segundo explicou o Vaticano, incluindo o escultor japonês Etsuro Sotoo, encarregado de realizar algumas das obras na Sagrada Família de Barcelona, e Anna Gulak, uma jovem pintora polonesa.
No documento Exortação Apostólica, divulgado hoje, o papa critica a 'economia de exclusão' e o comodismo da Igreja. O texto orientará a postura do Vaticano nos próximos anos
Fotos divulgadas pelo Vaticano nesta quinta-feira (29), mostram interação entre o papa Francisco e jovens participantes de uma missa na Basílica de São Pedro - Osservatore Romano/Reuters
Sobre a “economia de exclusão”, segundo o papa argentino, “assim como o mandamento de ‘não matar’ coloca um limite claro para garantir o valor da vida humana, hoje temos de dizer ‘não a uma economia de exclusão e desigualdade’. Essa economia mata. (...) Hoje, tudo está dentro do jogo e da competitividade, onde o forte come o fraco. Como resultado, grandes massas da população são excluídas e marginalizadas: sem emprego, sem horizontes”. Para Francisco, os “excluídos não são explorados, mas resíduos, excedentes".
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Sobre os desafios da Igreja no mundo atual, Francisco afirma que a “humanidade está em um momento uma mudança histórica”, com avanços significativos no campo da saúde, educação e comunicação. “Estamos na era do conhecimento e da informação”, escreveu. Porém, o papa ressalta que há muitos “homens e mulheres do nosso tempo vivendo precariamente diariamente, com consequências terríveis”.
Criticas a Igreja – Criticando a comodidade dos sacerdotes, Francisco afirma que a passividade é fruto do "pragmatismo cinza da vida cotidiana da Igreja, em que aparentemente tudo prossegue normalmente, mas na realidade a fé está se deteriorando e degenerando em mesquinhez". Para ele, essa postura torna os cristãos “múmias de museu”. Para mudar esse panorama, o papa adverte: “Não vamos roubar a alegria da evangelização!”. Para ele, é perceptível em muitos agentes de pastoral uma preocupação “exacerbada pelos espaços pessoais de autonomia”, o que leva a tarefas como um mero apêndice da vida, sem a real dedicação que o catolicismo merece.
Segundo a Exortação Apostólica, a cultura midiática e alguns círculos intelectuais, por vezes, transmitem uma mensagem de desconfiança em relação á Igreja, provocando decepção. “Como resultado, muitos agentes pastorais desenvolvem uma espécie de complexo de inferioridade que os leva a relativizar ou ocultar a sua identidade e crenças cristãs. Um círculo vicioso é então produzido, porque se eles não estão felizes com o que fazem, não se identificam com a sua missão evangelizadora, isso enfraquece a entrega”, diz o documento.
Mulheres – O papa Francisco não concede às mulheres a possibilidade de sacerdócio, mas considera “que elas devem ter um maior espaço e uma presença mais incisiva” na Igreja Católica. O sumo pontífice assegura que “a Igreja reconhece a indispensável contribuição da mulher na sociedade”, pois “a sensibilidade, a intuição e capacidades peculiares costumam ser mais próprias das mulheres que dos homens”.
Jorge Bergoglio explica que já há mulheres que compartilham responsabilidades pastorais junto com os sacerdotes, mas também reconhece que é necessário ampliar os espaços para a presença feminina. ”Porque o gênero feminino é necessário em todas as expressões da vida social, por isso que é preciso garantir a presença das mulheres também no âmbito laboral e nos diversos lugares onde são tomadas as decisões importantes, tanto na Igreja como nas estruturas sociais”, acrescenta o pontífice argentino.
Evangelização – A Exortação Apostólica também foi entregue a alguns artistas ”para ressaltar o valor da beleza como forma privilegiada de evangelização”, segundo explicou o Vaticano, incluindo o escultor japonês Etsuro Sotoo, encarregado de realizar algumas das obras na Sagrada Família de Barcelona, e Anna Gulak, uma jovem pintora polonesa.
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