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Vitimas de escravidão em Londres integraram 'coletivo político' com captores

Mulheres que permaneceram 30 anos em cativeiro começaram a ser vitimas de abusos após fim de lar coletivo

Sede da Scotland Yard no centro de Londres
Sede da Scotland Yard, o quartel-general da Polícia Metropolitana de Londres (Reuters)
A polícia de Londres divulgou neste sábado que duas das três mulheres que foram libertadas após passarem 30 anos em regime de escravidão em uma casa no sul da capital britânica conheceram seus captores por compartilharem da “mesma ideologia política” que eles. Tal pensamento, segundo a polícia, levou as duas mulheres a formarem uma espécie de “lar coletivo” com eles décadas atrás. A polícia, no entanto, não revelou detalhes de como e quando esse experimento acabou dando errado e o casal suspeito de escravizar as mulheres começou a tomar controle da situação.
"Mesmo assim [com o fim do coletivo] as mulheres, de alguma forma, continuaram a viver com os suspeitos. Ainda estamos tentando entender como isso resultou em um cativeiro de 30 anos. Mas acreditamos que abusos físicos e emocionais marcaram a vida de todas as vítimas", disse o chefe da polícia, Steve Rodhouse.
As duas mulheres, uma cidadã irlandesa de 57 anos e um malaia de 67 anos, foram libertadas no dia 25 de outubro, mas o caso só foi divulgado pela polícia nesta semana, após a prisão do casal. Além delas, a polícia também encontrou uma cidadã inglesa de 30 anos. A suspeita é que ela tenha passado a vida inteira presa na casa. A única documentação oficial encontrada com ela foi sua certidão de nascimento. “Pensamos que viveu toda sua vida com os suspeitos e as outras vítimas, mas ainda estamos buscando mais provas”, explicou Rodhouse.
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Segundo o jornal The Guardian, a polícia especula que a mulher de 30 anos poderia ser filha de um dos captoress e da “escrava” irlandesa. Todas as mulheres apresentavam um quadro grave de trauma e foram levadas para um local desconhecido, segundo a polícia.
Já os captores, um homem e uma mulher de 67 anos, de origem indiana e tanzaniana, acabaram sendo soltos sob fiança na sexta-feira, após passarem apenas um dia na prisão. Segundo a polícia, eles chegaram à Grã-Bretanha nos anos 60.
Os investigadores chegaram até as mulheres graças a uma organização beneficente chamada Freedom Charity.
Em outubro, a organização entrou em contato com a polícia após receber o telefonema de uma das vítimas, que relatou estar sendo mantida presa contra sua vontade há cerca de 30 anos. O estopim para a ligação foi um documentário sobre casamentos forçados que foi transmitido à época pela TV britânica. O programa de TV mostrou, entre outras coisas, o trabalho da Freedom Charity e assim as vítimas tomaram conhecimento da entidade.
Depois de ser informada do caso, a polícia iniciou as buscas pela casa. “As três mulheres, que estavam muito traumatizadas, foram levadas para um lugar seguro”, disse uma nota distribuída pela polícia. Aneeta Prem, fundadora da Freedom Charity, disse à rede Sky News que as mulheres eram mantidas em um regime de “escravidão doméstica” e tinham medo de deixar a casa por causa do casal.
“Elas tinham um pavor absoluto dessas duas pessoas”, disse Prem. Ela acrescentou ainda que as vítimas foram submetidas a uma série de abusos físicos e mentais ao longo dos anos, mas que não havia elementos sexuais no cativeiro. Ainda segundo a  fundadora da Freedom Charity, a casa onde elas eram mantidas tinha aparência comum e os vizinhos aparentemente não desconfiaram de nada. 

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