Convite é o primeiro resultado concreto do acordo assinado em Genebra
O diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano ((AFP))
O Irã convidou inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU) para visitar no dia 8 de dezembro o reator de água pesada de Arak, disse nesta quinta-feira o chefe da agência da ONU. O convite é o primeiro passo concreto proveniente do acordo de cooperação para tentar frear o programa nuclear iraniano, assinado no último final de semana em Genebra.
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, disse ainda que a agência está avaliando como "colocar em prática" o acordo feito entre o Irã e as seis potências ocidentais, para restringir a atividade atômica do país, no que se refere ao papel da agência da ONU na verificação do acordo. "Isso [o acordo] vai criar implicações para verba e pessoal", disse Amano ao conselho de 35 nações da AIEA. "A análise completa das novas necessidades da AIEA vai levar algum tempo", acrescentou.
O Irã lançou seu programa nuclear em 1957, com o apoio dos Estados Unidos. À época, o xá Reza Pahlavi era aliado dos EUA. Na década de 1970, o programa nuclear iraniano ganhou força. Em 1979, houve a Revolução Islâmica e a deposição de Pahlavi, com isso os EUA retiraram o apoio ao Irã.
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Quando o Irã iniciou seu programa nuclear?
O Irã lançou seu programa nuclear em 1957, com o apoio dos Estados Unidos. À época, o xá Reza Pahlavi era aliado dos EUA. Na década de 1970, o programa nuclear iraniano ganhou força. Em 1979, houve a Revolução Islâmica e a deposição de Pahlavi, com isso os EUA retiraram o apoio ao Irã.
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O Irã é o único país que mantém um programa nuclear?
Não. Sete nações têm armas nucleares declaradas: EUA, França, Rússia, Grã-Bretanha, China, Índia e Paquistão. Israel nunca confirmou oficialmente ter armas nucleares, embora a Federação de Cientistas Americanos estime que tenha cerca de 80 ogivas. A Coreia do Norte já conduziu testes nucleares e com mísseis balísticos. A comunidade internacional receia que os norte-coreanos estejam próximos de fabricar um míssil nuclear, mas não há confirmação oficial da real capacidade bélica de Pyongyang. Quanto à energia nuclear, mais de 30 países a utilizam, ente eles, o Brasil.
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Quais são as sanções que o Irã enfrenta?
O Irã sofre sanções comerciais e financeiras da ONU, dos EUA e da União Europeia (EU) e de outros países, como Canadá, China e Israel. Esse acordo refere-se exclusivamente às sanções dos EUA, da ONU e da UE. Saiba mais sobre as sanções.
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Por que outros países não enfrentam tantas sanções?
Índia e Paquistão não são signatários do e isso explica, em parte, o fato deles não sofrerem sanções. O Irã assinou o tratado e por isso seu programa deveria ser unicamente para fins pacíficos e constantemente vistoriado pela comunidade internacional e pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Mas, desde a revolução de 1979, aumentou a preocupação de que o Irã possa enriquecer urânio e fabricar armas nucleares.
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O programa nuclear iraniano é uma grande ameaça?
Sim, pois o Irã já manifestou aspirações de dominar o Oriente Médio por meio da força e da intimidação. Há mais ou menos dez anos, inspetores da AIEA anunciaram ter achado traços de urânio altamente enriquecido em uma planta em Natanz, possivelmente fruto de pesquisas para fazer uma bomba atômica. O Irã parou temporariamente com o enriquecimento, mas começou novamente em 2006.
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Como é o acordo a que as nações assinaram?
É um acordo preliminar antes da assinatura de um acordo definitivo, descrito como "limitado, temporário e reversível". Ele tem duração de seis meses e a Casa Branca afirma que inclui "limitações substanciais que ajudarão a prevenir que o Irã crie uma arma nuclear". Em resumo, o Teerã se comprometeu a não enriquecer urânio acima da concentração de 5% durante seis meses e neutralizar todo seu estoque do material enriquecido a quase 20%, patamar próximo do limite para o uso bélico. Em troca, as nações concordaram em liberar algo entre 6 e 7 bilhões de dólares iranianos retidos no exterior. O acordo não inclui o setor petrolífero e o Irã segue proibido de exportar petróleo para a maioria dos grandes compradores mundiais. O acordo preliminar visa desacelerar o programa nuclear iraniano enquanto as nações negociam um pacto mais amplo.
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Quais são as outras obrigações do Irã?
O Irã também não deverá parar a construção de novas centrífugas atômicas e centros de enriquecimento de urânio. Os iranianos ainda terão de congelar os trabalhos em seu reator de água pesada em Arak, ao sudeste de Teerã. Esse reator pode ser usado como fonte de fabricação de plutônio – outro material que poder ser usado para fabricação de armas nucleares.
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Por que o enriquecimento de urânio deve ser reduzido à concentração de até 5%?
Teerã afirma que enriquece urânio para fins pacífico e para suprir necessidades energéticas. O combustível usado para gerar eletricidade em plantas nucleares é o urânio enriquecido a 5%.
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Os setores iranianos ultraconservadores vão apoiar o acordo?
A Guarda Revolucionária, setor conservador das Forças Armadas, e clérigos muçulmanos já manifestaram críticas contra o acordo. O líder supremo aiatolá Khamenei, no entanto, considerou o acordo um "sucesso". O Irã precisa urgentemente de dinheiro para reativar sua economia estrangulada.
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Obama terá condições políticas internas de levar adiante o acordo?
Esse acordo, especificamente, não precisa ser submetido ao Congresso americano, pois é um tratado internacional, assinado sob o âmbito das Nações Unidas. Mas Obama já enfrenta críticas de democratas e republicanos contrárias ao acordo. Parlamentares americanos inclusive já manifestaram desejo de ampliar as sanções americanas contra o Irã.
O acordo entre o Irã e Estados Unidos, França, Alemanha, Grã-Bretanha, China e Rússia foi fechado depois de mais de quatro dias de negociações na cidade suíça de Genebra. A oportunidade para essa negociação foi aberta no encontro anual da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro, quando o presidente americano Barack Obama conversou com presidente iraniano Hassan Rohani, eleito em junho.
O pacto firmado em Genebra tem validade de seis meses e, nesse período, os negociadores tentarão criar condições para um acordo mais amplo. Nesse primeiro momento, os termos assinados suspendem a atividade nuclear mais sensível do Irã, o enriquecimento de urânio em nível elevado, em troca de um alívio nas sanções econômicas contra Teerã. O documento foi formatado como um pacote de medidas para a construção da confiança entre os dois lados com a finalidade de reduzir décadas de tensão. (Com agência Reuters)
O caminho do programa nuclear iraniano
O Irã deu muitos passos rumo à bomba atômica nas últimas décadas – e nenhum sinal de que pretende recuar em seu programa nuclear, como exige o Ocidente. Confira os principais fatos:
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