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NSA nega ter espionado papa e o Vaticano

Novas denúncias contra a agência incluem acusação de invasão de centros de dados do Google e do Yahoo

Sede da Agência de Segurança Nacional (NSA) americana em Fort Meade, Maryland
Sede da Agência de Segurança Nacional (NSA) em Fort Meade, Maryland (AFP)
A Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) negou no final da tarde desta quarta-feira que tenha espionado o Vaticano e as chamadas telefônicas feitas pelo papa Francisco na época em que ele era cardeal. A denúncia foi publicada nesta quarta-feira pela revista italiana Panorama, que afirma ter feito a descoberta com base em documentos vazados pelo ex-analista Edward Snowden.
“A NSA não espionou o Vaticano. Alegações de que a agência fez isso publicadas pela revista italiana Panorama não são verdadeiras”, disse a porta-voz da NSA, Vanee Vines.
Segundo a revista, Jorge Mario Bergoglio teve o telefone grampeado durante o período em que ficou hospedado na Domus Internationalis Paolo VI de Roma, a residência usada por ele antes do início do conclave que o elegeu pontífice em 13 de março deste ano. Dados de outras ligações feitas na Cidade do Vaticano também teriam sido coletados pelos serviços de inteligência americanos.
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Os Estados Unidos também teriam grampeado telefones durante todo o conclave para a escolha do novo papa. Entre os alvos estaria o presidente do Banco do Vaticano, o alemão Ernst von Freyberg, nomeado em fevereiro de 2013 por Bento XVI. As chamadas captadas no Vaticano foram arquivadas sob quatro classificações: "Leadership intentions" (Intenções de liderança), "Threats to financial system" (Ameaças ao sistema financeiro), "Foreign Policy Objectives" (Objetivos de política externa) e "Human Rights" (Direitos Humanos).
Questionado sobre os vazamentos, o porta-voz do escritório de imprensa do Vaticano, Federico Lombardi, afirmou que não tem nenhuma informação sobre o assunto e que não manifesta “nenhuma preocupação a respeito”.
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Denúncias – Também nesta quarta-feira, uma reportagem do jornal americano The Washington Post afirma que a NSA invadiu os principais links de comunicação que ligam os centros de dados de Yahoo e Google em todo o mundo. A denúncia também cita como fontes documentos obtidos por Edward Snowden.
De acordo com os dados secretos datados de janeiro obtidos pelo jornal, a NSA enviou milhões de gravações a partir de redes internas do Yahoo e do Google para a agência de armazenagem de dados em Fort Mead, Maryland, sede da NSA.
Um dos documentos citava que em 30 dias, coletores tinham processado e enviado mais de 180 milhões de novos registros de metadados, que incluíam informações sobre pessoas que haviam enviado ou recebido e-mails.
O Google afirmou que estava preocupado com as suspeitas de que o governo teria interceptado o tráfego de dados da empresa, mas não tinha conhecimento da invasão. No Yahoo, um porta-voz disse "temos controles rigorosos para proteger a segurança de nossos centros de dados e não damos acesso a nossos bancos de dados à NSA ou a qualquer outro órgão do governo".
Funcionários da Casa Branca e do Escritório do Diretor de Inteligência Nacional, que supervisiona a NSA, se recusaram a comentar a denúncia.
(Com Estadão Conteúdo e agência Reuters)

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