Pular para o conteúdo principal
Minoritários de empresa de Eike acusam órgão regulador de omissão em relação à crise

 
 
 
 
 
A crise na petroleira OGX, de Eike Batista, abriu um debate sobre a posição de "xerife do mercado de capitais" da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Acionistas minoritários da empresa do grupo X acusam a autarquia de ter sido omissa em relação à crise financeira da companhia, que enfrenta problemas e está à beira da recuperação judicial.
De outubro de 2009 a maio de 2012, 55 fatos relevantes envolvendo a OGX foram divulgados pela CVM, ou sobre descobertas ou sobre a comercialidade (viabilidade financeira) dos campos.
Em pouco mais de dois anos, as ações da OGX saíram de um patamar de R$ 23 para R$ 0,36 -preço de fechamento de ontem.
No mesmo período, o controlador da OGX recebeu uma multa da CVM, em 2009, no valor de R$ 100 mil.
"O investidor comum hoje se pergunta: 'Se o Eike falou tanta mentira e ninguém fez nada, por que outras empresas não estariam mentindo?'", afirma o advogado Márcio Lobo, minoritário da OGX, sobre a suposta "inércia" da CVM.
Para a ex-diretora da CVM e professora da PUC-RJ Norma Parente, a CVM errou ao demorar a corrigir as informações equivocadas da OGX.
"A principal função de uma reguladora do mercado é zelar pelas informações. Se as informações não tinham a supervisão adequada, houve uma falha da CVM."
De acordo com Parente, a OGX "não estava no radar" da CVM, e isso prejudicou a tomada de decisões.
A CVM nega que não estivesse monitorando a OGX.
A autarquia, que não comenta casos específicos, afirmou que "acompanha e analisa as informações e movimentações envolvendo as companhias abertas, tomando as medidas cabíveis previstas na legislação e regulamentação que lhe cabe fiscalizar, quando necessário".
TROCA DE CADEIRAS
A troca de cadeiras entre dirigentes da BM&FBovespa, a Bolsa brasileira, e da CVM também desperta atenção dos minoritários.
Em 2006, a então diretora da Bovespa, Maria Helena Santana, foi para a CVM, levando depois o diretor Otávio Yazbek.
No sentido contrário, a BM&FBovespa e sua subsidiária BMS receberam pelo menos quatro dirigentes da CVM nos últimos cinco anos.
O economista Aurélio Valporto, acionista da OGX, critica a relação.
"A CVM é criadora da lei, que deve ser cumprida pela Bovespa. Mas a partir do momento em que ela se omite, então é um exemplo péssimo de autoridade."
Já o presidente da Amec (Associação de Investidores do Mercado de Capitais), Mauro Cunha, minimiza o trânsito de executivos entre os órgãos.
"Se não pegar no mercado vai pegar onde?" A crítica que a Amec faz à CVM é a de privilegiar o controlador em detrimento do minoritário.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Ex-presidente da Petrobras tem saldo de R$ 3 milhões em aplicações A informação foi encaminhada pelo Banco do Brasil ao juiz Sergio Moro N O ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine (Foto: Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil) Em documento encaminhado ao juiz federal Sergio Moro no dia 31 de outubro, o Banco do Brasil informou que o ex-presidente da Petrobras e do BB Aldemir Bendine acumula mais de R$ 3 milhões em quatro títulos LCAs emitidos pela in...
Grécia e credores se aproximam de acordo em Atenas Banqueiros e pessoas próximas às negociações afirmam que acordo pode ser selado nos próximos dias Evangelos Venizelos, ministro das Finanças da Grécia (Louisa Gouliamaki/AFP) A Grécia e seus credores privados retomam as negociações de swap de dívida nesta sexta-feira, com sinais de que podem estar se aproximando do tão esperado acordo para impedir um caótico default (calote) de Atenas. O país corre contra o tempo para conseguir até segunda-feira um acordo que permita uma nova injeção de ajuda externa, antes que vençam 14,5 bilhões de euros em bônus no mês de março. Após um impasse nas negociações da semana passada por causa do cupom, ou pagamento de juros, que a Grécia precisa oferecer em seus novos bônus, os dois lados parecem estar agindo para superar suas diferenças. "A atmosfera estava boa, progresso foi feito e nós continuaremos amanhã à tarde", d...