EUA alertam que Snowden possui documentos extraídos de rede militar
O governo americano está enviando oficiais para avisar países que poderiam ser afetados pelos arquivos. Operações contra Irã, Rússia e China são citadas
Edward Snowden recebe o prêmio Sam Adams (Getty Images)
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Os arquivos revelam programas de coleta de informações que são mantidos por países não alinhados publicamente com os Estados Unidos. O Washington Post atesta que um dos documentos contém informações sobre um país membro da Otan responsável por comandar um programa que fornece valiosas informações sobre a Rússia. “Se a Rússia souber disso, não seria difícil para eles tomarem decisões que interromperiam o programa”, disse a fonte. Os dados sigilosos dos russos seriam usados pela Aeronáutica e Marinha dos Estados Unidos.
Snowden possui aproximadamente 30.000 documentos que foram extraídos do Sistema da Junta de Comunicações Inteligentes Mundiais (JWICS, na sigla em inglês), utilizado para armazenar informações altamente secretas e sensíveis. O material em questão não se refere a práticas de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, mas a estruturas de inteligência sobre as capacidades militares de outros países, incluindo sistemas de armas como mísseis, navios e caças.
A importância dos documentos fez com que os serviços de inteligência dos Estados Unidos fizessem o levantamento sobre quais documentos Snowden poderia ter obtido. Os oficiais consultados pelo The Washington Post, no entanto, disseram que o ex-técnico de inteligência estava recolhendo arquivos ao acaso. “Não parece que ele estava mirando em algo específico”, disse uma das fontes. Os alertas aos países alinhados têm sido feitos de capital em capital. Em alguns casos, funcionários destes governos podem ter conhecimento das operações em conjunto. Mas, em outros, membros de alto escalão dos governos, como chanceleres, não sabem da cooperação com os Estados Unidos.
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Por enquanto, Snowden parece não ter vazado nenhum documento desse tipo para jornalistas. “Ele deixou claro que não iria comprometer operações de segurança nacional”, disse Thomas Drake, um ex-agente da NSA que visitou Snowden em Moscou. Em uma entrevista para o jornal The New York Times, o ex-técnico de inteligência disse que não havia fornecido nenhuma informação para os governos de Rússia e China. “A chance de russos e chineses terem recebido qualquer documento é zero”, afirmou. De acordo com Drake, Snowden também não liberou nenhuma informação para o site de vazamentos WikiLeaks, do hacker Julian Assange.
Líderes mundiais - Documentos divulgados pelo jornal The Guardian comprovaram que os Estados Unidos espionaram os telefones de 35 líderes mundiais. Segundo os arquivos, a NSA incentivou funcionários da Casa Branca, Departamento de Estado e Pentágono a compartilhar contatos de políticos. A nova denúncia veio à tona após o governo alemão ter descoberto que a NSA grampeou o celular pessoal da chanceler Angela Merkel. As suspeitas levaram Merkel a ligar para Obama para pedir explicações.
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