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Berlim convoca embaixador dos EUA após suspeitas de espionagem a Merkel

Se confirmada a suspeita, “nós não podemos voltar aos negócios como fazíamos antes”, disse o ministro de Defesa alemão Thomas de Maizière

Foto de 6 de setembro de 2013 mostra a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante cúpula do G20, em São Petersburgo
Conversas ao pé do ouvido. O governo de Barack Obama supostamente teria escutado conversas telefônicas de Angela Merkel (AFP)
O ministro alemão de Relações Exteriores, Guido Westerwelle, convocou nesta quinta-feira o embaixador dos Estados Unidos em Berlim, John B. Emerson, para pedir explicações diante da suposta espionagem do celular da chanceler Angela Merkel, segundo informaram os veículos de imprensa germânicos.
Westerwelle receberá o embaixador pessoalmente ainda hoje. Nesta quarta-feira, Merkel falou por telefone com o presidente americano Barack Obama para cobrar esclarecimentos sobre as suspeitas de espionagem. A Casa Branca negou que os Estados Unidos estejam escutando ou tenham escutado as conversas da chanceler. Segundo informações do jornal New York Times, Merkel estava “brava” durante a conversa telefônica com Obama e lhe disse que, se a informação for confirmada, "desaprova totalmente" essas práticas, as quais considera "inaceitáveis".

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Para o ministro da Defesa alemão, Thomas de Maizière, se a espionagem for confirmada, “será um caso realmente grave”, ressaltou hoje em entrevista à televisão ARD. “Os americanos são e continuarão sendo nossos melhores amigos, mas isso é inaceitável”, ressaltou Maizière. Ele também sugeriu que a suposta espionagem poderia trazer consequências nas relações entre os dois países. “Nós não podemos voltar aos negócios como fazíamos antes”, disse.
Segundo o titular da pasta, há anos ele dá como certo que escutam suas conversas no celular, mas nunca havia pensado que os americanos fariam isso. A Comissão Parlamentar de Segredos Oficiais, encarregada de controlar o trabalho dos serviços de inteligência, realizará uma sessão extraordinária para avaliar as suspeitas. “Quem espiona a chanceler espiona também os cidadãos”, manifestou o presidente da Comissão, o social-democrata Thomas Oppermann, que considerou que as atividades da Agência Nacional de Segurança americana (NSA) estão “à margem de todos os controles democráticos”.
França
O serviço de inteligência dos Estados Unidos foi forçado a responder à insatisfação do governo de França sobre a extensão de seu programa de espionagem, garantindo que as notícias sobre o assunto veiculadas pelo Le Monde no início da semana eram "imprecisas e enganosas". O diretor de Inteligência Nacional, James Clapper, questionou a veracidade das matérias no jornal francês sobre as atividades de inteligência americana. "A informação de que a NSA realizou mais de 70 milhões de gravações de dados telefônicos de cidadãos franceses é falsa", assegurou Clapper.
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Questionado, o jornal confirmou as informações sobre as operações de espionagem em massa da NSA na França. Em resposta ao governo dos EUA, o Le Monde publicou em sua página on-line o que alega ser um documento procedente da NSA. Trata-se de um "gráfico que descreve a magnitude das vigilâncias telefônicas realizadas na França" - explica o jornal. O gráfico "indica claramente que os dados de 70,3 milhões de comunicações francesas foram gravadas pela agência" - insistiu o jornal, ratificando as matérias publicadas no início da semana.
O presidente francês, François Hollande, manifestou sua "profunda rejeição" às "práticas inaceitáveis" do país aliado em uma conversa por telefone com o presidente americano, Barack Obama, e pediu "uma cooperação bilateral" entre os serviços de inteligência. Alguns observadores e outros veículos da imprensa francesa relativizaram o impacto do caso na relação entre os dois países. O jornal Le Parisien/Aujourd'hui escreveu em sua manchete "Paris irritada, mas não muito". Para especialistas, os dois países precisam um do outro na cooperação contra o terrorismo.
(Com agências AFP e EFE)

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