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Cameron ameaça agir contra jornais que publicarem dados de Snowden

Primeiro-ministro britânico diz que veículos devem “demonstrar responsabilidade social” e que funcionários da inteligência são “heróis”

O premiê britânico David Cameron teve a proposta de intervir militarmente na Síria rejeitada pelo Parlamento
O premiê britânico David Cameron durante sessão no parlamento ( Reuters TV/Reuters)
O primeiro-ministro britânico David Cameron disse nesta segunda-feira em sessão do Parlamento que seu governo pode eventualmente tomar medidas contra jornais que publicarem “vazamentos prejudiciais” do ex-analista da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos Edward Snowden. Cameron, que não especificou quais medidas poderão ser adotadas, disse ainda que as ações podem ser deixadas de lado se os jornais do país passarem a agir de maneira “mais responsável”, segundo declarações reproduzidas pelo jornal The Guardian.
“Se eles (os jornais) não demonstrarem alguma responsabilidade social será muito difícil para o governo recuar e não agir”, afirmou Cameron. O primeiro-ministro citou especificamente o caso do The Guardian, que tem publicado uma boa parte do material vazado por Snowden - uma fonte constante de embaraço internacional para os serviços de inteligência dos EUA e da Grã-Bretanha.
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Segundo Cameron, o Guardian concordou em destruir parte do material vazado por Snowden, mas depois resolveu prosseguir com a publicação de outros documentos prejudiciais. “A posição que adotamos é de tentar dialogar com a imprensa e explicar como algumas dessas coisas podem ser prejudiciais”.
Na sequência, Cameron fez elogios aos serviços de inteligência da Grã-Bretanha, que trabalham de maneira intensa com os seus equivalentes nos EUA, chamando seus funcionários de “heróis e heroínas silenciosos”. O primeiro-ministro também citou as ameaças terroristas enfrentadas pelos serviços e, para exemplificar, disse que 330 pessoas foram condenadas por terrorismo em cortes britânicas desde setembro de 2001.
Desde a semana passada, Cameron tem mostrado uma postura diferente dos seus colegas europeus após a revelação de que os EUA teriam grampeado o telefone celular da chanceler alemã, Angela Merkel, e interceptado comunicações na Espanha, na Itália e na França, entre outros casos. Embora tenha evitado minimizar os casos, Cameron não se juntou ao grupo de líderes europeus que fizeram críticas aos EUA e exigiram explicações. Em vez disso, ele fez críticas a Snowden e aos jornais.
 "O que Snowden está fazendo e, consequentemente, o que os jornais estão fazendo (...) francamente é mostrar para as pessoas que querem nos prejudicar como fugir e evitar a inteligência", disse. "Isso não vai tornar nosso mundo mais seguro, vai tornar o nosso mundo mais perigoso", disse ele na sexta-feira passada.
Otan – As críticas de Cameron também foram compartilhadas pelo comandante das tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Europa, o general americano Philip Breedlove. Segundo Breedlove, reportagens baseadas nos vazamentos, em especial aquelas sobre casos de espionagem envolvendo aliados dos EUA, não "ajudam". O general, no entanto, disse que as reportagens não prejudicaram a capacidade de trabalho conjunto entre os EUA e os seus aliados europeus, e que qualquer “qualquer dano ocorrido” às relações dos EUA com a Europa como resultado das alegações “será reparado”.

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