França e Alemanha querem pacto antiespionagem com EUA
'O objetivo desse marco será estabelecer regras para o futuro', disse Hollande. 'Princípio deve ser: não se espiona, nem no futuro', assinalou Angela Merkel
François Hollande e Angela Merkel participaram nesta quinta da reunião de cúpula dos líderes da União Europeia em Bruxelas (Reuters)
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"O objetivo desse marco será estabelecer regras para o futuro", disse o presidente francês François Hollande em entrevista coletiva, na qual ressaltou que "há comportamentos e práticas que não podem ser aceitas". Segundo Hollande, a iniciativa está também aberta para os outros países europeus que queiram se unir para revitalizar o grupo criado há meses pela União Europeia para discutir o assunto com Washington.
"Vamos fazer todo o possível para conseguir antes do fim de ano um entendimento comum sobre a cooperação dos serviços de inteligência dos Estados Unidos e Alemanha e Estados Unidos e França, respectivamente", confirmou a chanceler alemã, Angela Merkel. "O princípio deve ser: não se espiona, nem no futuro", assinalou Merkel, exigindo dos EUA "verdadeiras mudanças" em relação às práticas dos serviços de inteligência.
Merkel teve o celeular grampeado, apontam indícios colhidos pelo governo alemão e revelados pela revista Der Spiegel. As denúncias levaram a chanceler a ligar para Barack Obama para pedir explicações. O presidente americano reiterou que os EUA "não estão espionando e nem espionarão" o telefone da chanceler, mas não deixou claro se o país chegou a ouvir as chamadas feitas pela chefe de estado no passado.
No caso francês, as relações com a Casa Branca foram estremecidas após reportagem do jornal Le Monde afirmar que, de acordo com documentos também fornecidos por Snowden, os EUA monitoraram 70 milhões de telefonemas na França entre o fim do ano passado e início deste ano. Para o presidente François Hollande, é imperativo conseguir "resultados" nas conversas com Washington para firmar o pacto sobre espionagem, pois "a confiança é essencial entre aliados".
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O primeiro-ministro da Itália, Enrico Letta, explicou por sua vez que os líderes da União Europeia pactuaram uma "declaração final que se somará às conclusões do Conselho e que confirma que os europeus querem saber a verdade".
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