FMI destaca deterioração fiscal e revisa para baixo crescimento potencial do Brasil
Documento divulgado na tarde desta quarta-feira afirma que política fiscal frouxa, inflação em alta e PIB desacelerado afetaram a credibilidade da economia; retomada só será possível se país aumentar produtividade e competitividade, por meio de investimentos
Sede do FMI em Washington: Fundo só publicou o documento após autorização do governo
No médio prazo, o aumento de investimentos será necessário para impulsionar o PIB, diz o Fundo
O Fundo aponta que o afrouxamento da política fiscal, sobretudo por meio dos bancos públicos, enfraqueceu a credibilidade do país. O crescimento potencial foi reduzido devido à desaceleração econômica notada em 2012 e no primeiro semestre de 2012. E essa desaceleração criou um ambiente de piora da competitividade, além de desequilíbrios econômicos. “No médio prazo, a projeção é que o Brasil alcance crescimento potencial de 3,5% (revisado para baixo em relação ao último relatório). Mas mesmo este potencial mais baixo requer uma escalada dos investimentos (incluindo infraestrutura) associada ao aumento da produtividade", informa o Fundo. O FMI aponta ainda que se o Brasil não implementar reformas e se esforçar para impulsionar investimento e produtividade, o crescimento potencial pode voltar para o patamar de 3%.
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O relatório recomenda ainda o aumento da poupança doméstica pública e privada para reduzir a dependência de capital externo e conter o déficit em conta corrente que se ampliou de maneira substancial em 2013. O Fundo, contudo, elogiou o recente comportamento do Banco Central do Brasil ao iniciar uma trajetória consistente de alta dos juros para conter a inflação. "A resposta do mercado é que o aumento dos juros e a reorientação do Banco Central foram positivas e ordenadas, com os juros reais de médio e longo prazo permanecendo abaixo dos níveis alcançados em outros ciclos de aperto monetário", diz o relatório.
O FMI afirma, contudo, que um crescimento mais consistente pode ser retomado se o país direcionar seus esforços para aumentar a competitividade e a produtividade por meio da redução da dívida e dos gastos públicos.
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O texto só foi divulgado nesta quarta-feira depois de passar pela chancela do governo brasileiro. A publicação do relatório anual só é feita depois de obtida a autorização do governo brasileiro. Contudo, houve discordâncias sobre os dados e apenas esta semana o Ministério da Fazenda liberou a divulgação do texto. O Brasil pleiteia junto ao FMI mudanças no cálculo de sua dívida bruta por avaliar que sua metodologia de cálculo é menos consistente que a brasileira.
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